Praça Vilaboim vira patrimônio histórico

Fonte: Jornal da Tarde

URBANISMODecisão impede ampliação da Faap e fixa limites para construção de edifícios nas proximidades; antigo campinho de futebol, local é hoje ponto de encontro de jovens

Pedro Henrique França e Sérgio Duran

A Praça Vilaboim, no bairro de Higienópolis, região central de São Paulo, foi tombada. O anúncio, feito ontem pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp), praticamente acaba com os planos de expansão da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).

Segundo o Conpresp, o tombamento reconhece o valor histórico da área e visa a preservar a configuração da praça e sua vegetação, além de proteger a área em volta.

A notícia representou uma vitória para a Associação Viva Pacaembu por São Paulo que sempre foi contra a expansão da Faap. O aumento da circulação de veículos à noite, por conta dos alunos, tira o sossego dos moradores do bairro. 'Eles (os donos da Faap) perderam a grande chance de usar os terrenos da frente para se expandir', diz Pedro Py, presidente da associação.

Regras

No perímetro de tombamento, as construções de prédios devem obedecer às alturas máximas de 10 metros a 12 metros, sendo obrigatória a manutenção dos recuos frontais. Já para o entorno, a altura dos imóveis deve variar de 7 metros a 12 metros. A resolução mantém ainda a integração entre a Praça Vilaboim e os bens que a cercam, como o Edifício Louveira, a Vila Marta, a Praça Buenos Aires e o vizinho bairro do Pacaembu. Projetado pelos arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi na década de 40, o Edifício Louveira é considerado um ícone modernista. Fica na esquina da Rua Tupi.

Atualmente envolta por badalados bares e restaurantes, a Vilaboim surgiu como campinho de futebol. O local era conhecido como Largo do Piauí, no entroncamento das Ruas Piauí, Aracaju e Itápolis (atual Rua Armando Penteado, naquele trecho).

O espaço foi urbanizado pela Prefeitura de São Paulo por volta de 1930, sendo inaugurado em 21 de setembro de 1937, quando foi nomeada de Vilaboim. Na ocasião, ela recebeu a figueira que ocupa atualmente o centro da praça. Segundo a Prefeitura, o pedido de tombamento é de 1995, quando a praça passou a ser protegida pelo Conselho.