Entulho será retirado de teatro

Fonte: O Estado De São Paulo

Cultura Artística demitiu oito funcionários ontem

Paulo Justus

Na próxima semana, começa a remoção dos entulhos do Teatro Cultura Artística, atingido por um incêndio no dia 17 de agosto. Ontem, oito funcionários do local foram demitidos por causa do encerramento das atividades do teatro. A direção agora estuda o que fazer com os 42 empregados restantes, enquanto planeja a reconstrução do teatro.

Para iniciar a retirada do entulho, a administração do Cultura Artística teve de pedir permissão ao Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), ligado à Prefeitura. Por estar em processo de tombamento, o teatro necessita de autorização especial para qualquer obra que envolva a estrutura interna.

O pedido foi protocolado em 29 de agosto e concedido no início desta semana, de acordo com Gérald Perret, superintendente da Sociedade de Cultura Artística. “Tivemos de aguardar a liberação da Defesa Civil e da seguradora para iniciar a limpeza”, diz. A liberação veio depois de confirmado o fim de risco de retorno do fogo. Mesmo depois de controlado o incêndio, o fogo voltou ao local por duas vezes, segundo o superintendente.

Perret diz que os vizinhos reclamam do cheiro de fuligem do local. “Vamos retirar os escombros o mais rápido que pudermos para evitar o mal-estar dos moradores.” A obra vai envolver uma equipe de 20 pessoas, que escorarão a laje do térreo. A empresa contratada fará o serviço gratuitamente, de acordo com Perret. “A RR Compacta, especializada em restaurações, não vai cobrar pela limpeza do local.”

Ontem, Perret se reuniu com o arquiteto responsável pelo projeto de reconstrução do teatro, Paulo Bruna. “Ele apresentou várias idéias, mas ainda não temos nada decidido”, diz. A decisão cabe à diretoria da Sociedade de Cultura Artística e depende ainda de autorização do DPH. O superintendente espera que o espaço revitalizado seja inaugurado antes de 2012, ano do centenário da instituição.

Há duas semanas, a administração da Sociedade de Cultura Artística se mudou para uma sala comercial na Rua Nestor Pestana, número 125, a poucos metros do antigo endereço. A frente do teatro permanece coberta com um tapume de madeira, que impede a visão das bilheterias. Lá só funciona o estacionamento, onde os funcionários ficam sem ter o que fazer. Entre eles há o temor de novas demissões.

Dos oito demitidos, três tinham mais de dez anos de casa. Dois tinham pedido desligamento antes da tragédia. A diretoria tenta a recolocação dos funcionários em outras casas de espetáculos. “Entramos em contato com parceiros para que essas pessoas não fiquem desempregadas”, diz Perret. Ele ainda não sabe o destino dos demais funcionários.