DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

Foco de atenção da última Virada Cultural com o show dos Racionais MC's na praça da Sé -que terminou em pancadaria entre policiais e espectadores-, o hip hop ficou longe do núcleo da festa nesta edição do evento. Público e artistas reclamaram da distância do palco reservado ao gênero (montado no gradeado parque D. Pedro 2º), do difícil acesso ao local e da rigorosa revista da polícia.
"A localização do palco é uma forma de demonstrar o preconceito", disse o rapper Thaíde, uma das atrações da Virada. "Estamos sitiados", disse Rappin'Hood, que acredita que o forte policiamento tenha colaborado para o público reduzido desse palco. A PM -que concentrou ali cerca de cem homens, um dos maiores efetivos para um único palco- disse que a revista é comum em eventos em locais fechados. "Pode até dar uma sensação de segurança, mas isso não deixa de ser uma repressão", disse a estudante Amanda Cabral, 22.
O rapper Mano Brown, dos Racionais MC's, esperado como convidado da Banda Black Rio, não participou do show, que começou com atraso.
O palco reuniu precursores do rap no Brasil, como DJ Hum e MC Jack, entre nomes como Z'África Brasil e Xis. O DJ americano Afrika Bambaataa encerrou a programação de rap, com seu maior público: 6.000 pessoas. (BRUNA BITTENCOURT, GUSTAVO FIORATTI e MÔNICA RIBEIRO)