Música, dança, literatura, artes plásticas e psicanálise são os ingredientes presentes no caldeirão de idéias que deu origem ao espetáculo She’s Lost Control, apresentado pela Cia. Vitrola Quântica na Sala Paissandu, da Galeria Olido, partir do dia 24.
A música homônima da lendária banda inglesa Joy Division inspirou a coreografia e pode ser notada também no figurino pós-punk. A intérprete e criadora Aline Bonamin explica que sempre trabalhou com referências musicais. “Desde a criação da companhia, mantivemos uma linha estética próxima do pop e do rock e buscamos investigar como a sonoridade interfere no corpo e na construção da estética.”
Reflexões poéticas e filosóficas presentes no livro O idiota, de Dostoiévski, e no ensaio inédito A música do tempo infinito, do psicanalista Tales Ab’Saber, também são referências-chave da coreografia por retratarem, de forma distinta, o conceito de ‘perda do controle’ presente na letra da música que inspirou o espetáculo. Além disso, a bailarina conta que a obra do artista plástico Fred Sandback e a colaboração da filósofa Olgária Matos foram fundamentais durante o processo de criação.
Sobre o uso de diferentes linguagens, Aline explica que desde os primeiros trabalhos o grupo relacionou dança com outras áreas do pensamento e da arte. “Neste espetáculo, procuramos formalizar este encontro, e a perda de controle é apresentada em cenas repletas de referências e movimentos antagônicos.”
No palco, três mulheres dançam em uma casa noturna que nunca fecha, ora elas são integrantes de uma banda de rock glamurosa, ora são figuras solitárias, quase sombras. Nesse fluxo cinético, os corpos estabelecem um jogo criado através de cenas que ultrapassam os limites entre o equilíbrio e o desequilíbrio.
Serviço: Galeria Olido – Sala Paissandu. Avenida São João, 473 - Centro. De 24 a 27. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Grátis.
She's Lost Control
She's Lost Control