Em Brasília, prefeito defende financiamento de projetos para executar plano diretor

Fernando Haddad participou de evento da Caixa Econômica Federal nesta quinta-feira

O prefeito Fernando Haddad ressaltou nesta quinta-feira (12), em Brasília, a importância do financiamento de projetos para a elaboração dos planos diretores das cidades brasileiras. “Precisamos pensar nessa questão do financiamento de projetos. Um dos pressupostos desse financiamento tem que ser a qualidade do plano diretor. Mas uma cidade que tem plano diretor precisa ter apoio técnico e financeiro da União para desenvolver os projetos que vão torná-lo realidade”, disse o prefeito, durante o “Caixa Mais 10 2012-2022”, evento anual que reúne diretores da instituição.

Durante o evento, Haddad defendeu que a desburocratização e a descentralização dos procedimentos deveriam estar na “ordem do dia” do Governo Federal. “Não temos um escritório de projetos no país. Quando a presidenta Dilma lançou o PAC Mobilidade, com R$ 50 bilhões, tenho certeza que o ano vai terminar com um terço disso em projetos apresentados para os ministérios. Porque os projetos são caros. E não dão voto. São Paulo gastou quase 100 milhões neste ano em projetos que, provavelmente, não serão usados na minha administração, serão usados por meus sucessores”, afirmou o prefeito.

“Como estamos vivendo uma discussão de plano diretor na cidade, se nós o aprovarmos e não tivermos na prateleira os projetos que vão fazer com que ele vire realidade, vão se passar os 10 anos de vigência do PDE e o prefeito da ocasião estará discutindo um novo plano porque os projetos não saíram do papel”, disse.

O prefeito comentou também sobre a dificuldade de se obter investimentos da iniciativa privada na cidade. “Nosso setor privado, diante de qualquer sinal de incerteza, recolhe-se mais do que em qualquer outro lugar do mundo. O quadro não precisa nem estar dramático. Basta um suspiro externo para que nosso investidor se recolha”.

Metrópoles
Durante o evento, Haddad falou a diretores e integrantes da presidência do banco sobre a importância da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) no contexto nacional. “Vamos aproveitar o ano que vem para servir de estímulo de novas formas de interação federativa no Brasil. E as regiões metropolitanas têm de ganhar um destaque maior. Temos que olhar para as metrópoles do Brasil de uma outra forma. Não vamos ter condições de dar tratamento uniforme em um país tão disforme quanto o Brasil. Você tem nove regiões metropolitanas com 40% da população do país”.