São Paulo, cidade mundial

José Serra assume uma terra de contrastes urbanos e sociais, que abriga mais de 11 milhões de pessoas, fascina e atrai gente do mundo inteiro.

Tudo é grandioso quando se fala de São Paulo, metrópole a ser administrada por José Serra a partir de 1º de janeiro de 2005. Eleito com 3.330.179 votos (54,86%), Serra será o 59º prefeito da cidade que, em 1899, conheceu o seu primeiro administrador eleito, Antônio da Silva Prado, um industrial abolicionista e visionário.

450 anos separam a pequena, pobre e isolada Vila de São Paulo de Piratininga, da principal metrópole da América Latina, quinta maior cidade do mundo. Em 1872 contava apenas com 31 mil habitantes, 64,9 mil em 1890; 239 mil, em 1900 e, sob o apogeu do café, saltou para 1,3 milhão, até ultrapassar as 11 milhões de pessoas. Generosa, abriga gente de todas as partes do país e do mundo. Além de brasileiros do Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é a terceira maior cidade italiana fora da Itália; tem quase meio milhão de japoneses natos e descendentes, e a maior comunidade lituana fora da Lituânia. Acolheu e ainda atrai europeus, africanos, asiáticos, norte e latino-americanos.

Anualmente, São Paulo recebe cerca de seis milhões de turistas – 70% deles a negócios, representando um movimento de R$ 5 bilhões. São 50 mil leitos espalhados em mais de 330 hotéis. O Aeroporto Internacional de Cumbica, sediado na vizinha Guarulhos, registra pelo menos 500 vôos diários.

Tudo em São Paulo é mesmo superlativo. Pelos subterrâneos da Capital, nos trens do Metrô, circulam diariamente mais de meio milhão de passageiros. Quase 30 mil táxis atravessam e cruzam avenidas, ruas e vilarejos para levar moradores e turistas ao trabalho e ao lazer. Só o lixo domiciliar contabiliza quase sete mil toneladas diárias.

Conhecida como a cidade do trabalho, São Paulo também é o paraíso das compras. Soma mais de 230 mil estabelecimentos comerciais e 70 shoppings center, que se unem às sempre abarrotadas lojas da Rua 25 de Março, verdadeiro e gigantesco shopping a céu aberto. À noite a Capital se transforma, quando são abertas as portas de 12,5 mil restaurantes – entre os quais é possível saborear a gastronomia de mais de 40 etnias –; 4,5 mil pizzarias e 15 mil bares e casas noturnas. Sede da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo abriga mais de 300 salas de exibição de filmes; mais de 100 teatros; 11 centros culturais; 70 museus.

Capital do Estado, São Paulo organiza-se em torno de 31 subprefeituras, com 96 distritos administrativos distribuídos entre as Zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro.

Cidade dos paradoxos e de grandes contrastes sociais, a sua paisagem contrapõe os altos edifícios equipados com tecnologia de ponta, situados nos bairros mais centrais entre largas avenidas, às moradias de baixa renda das regiões mais distantes. Enfrenta o agravamento de problemas como o desemprego, caos no trânsito e no sistema de saúde, falta de vagas em escolas e creches. Dados de 2003 indicam uma população economicamente ativa de aproximadamente 5,6 milhões de pessoas no município – 1,1 milhão delas em busca de emprego.

Terra de Tibiriçá, dos jesuítas e dos Bandeirantes, enriquecida pela cultura do café, no final do século XIX; e em seguida pela indústria no início do XX; hoje São Paulo é o principal centro econômico e financeiro do país. Detém 35,5% das agências bancárias do Brasil e responde por 60% das operações financeiras realizadas em território nacional. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) é a maior da América Latina – movimenta entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões por ano - e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) negocia R$ 5,5 bilhões anuais.


Fontes: Fundação Seade – Sistema Estadual de Análise de Dados (www.seade.sp.gov.br) ; Revista Conjuntura Econômica da FGV - edição de janeiro de 2004; Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (www.abih.com.br); Anhembi Turismo e Eventos Cidade de São Paulo (www.anhembi.terra.com.br; Ponto Tur (www.saopaulo.com.br); Governo do Estado de São Paulo (www.saopaulo.sp.gov.br)