Projeto preserva a natureza e beneficia moradores de Guarapiranga

O projeto Caoby, que vem de origem tupi, foi criado para preservar e revitalizar a região de mananciais, além de conscientizar e qualificar pessoas através do consumo sustentável. A atuação é desenvolvida no Sítio Santa Mônica.

O projeto Caoby, que em tupi significa mata verde, é uma das ações desenvolvidas no Programa Operação Trabalho (POT), da Secretaria Municipal do Trabalho, em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e a ONG SOS Guarapiranga. A atuação é desenvolvida no Sítio Santa Mônica, localizado entre a represa Guarapiranga, o Parque Ecológico e o bairro Parque do Lago, região rica em áreas verdes, que abriga matas e nascentes e vive sob o risco constante de ocupações.

Criado em 2007, o projeto Caoby foi elaborado para ser executado em três etapas, com duração de dois anos cada uma. Na primeira fase, já realizada, o terreno foi limpo, a terra preparada para o plantio de hortas e a agrofloresta, que significa o consórcio de diversos tipos de árvores frutíferas e de produção de madeira, imitando o que ocorre na natureza. Além disso, um bananal existente no sítio foi totalmente recuperado e foi construído um viveiro de mudas.

O projeto pretende preservar e revitalizar a região de mananciais e ao mesmo tempo conscientizar e qualificar pessoas desempregadas pertencentes a famílias de baixa renda moradoras das proximidades da represa para geração de renda, por meio do consumo sustentável.

No total, 18 famílias já foram beneficiadas pelo projeto. Atualmente, 10 famílias participam de atividades de capacitação teórica e prática para empreendedorismo, cooperativismo e empreendimento solidário, com duração de seis horas diárias, recebendo um auxílio mensal de R$ 488,25.

Barnabé Ferreira das Graças, 59 anos, pai de cinco filhos, é um dos beneficiários do projeto. Ele nasceu em Minas Gerais e trabalhou praticamente a vida toda com lavoura. "Proteger a natureza e trabalhar com a terra, vendo o fruto do seu trabalho crescer todos os dias, proporciona muita satisfação. Já fiz outros tipos de serviços, inclusive trabalhei com construção civil, mas meu dom é trabalhar com a natureza e, com ela, aprendo cada dia mais", conta Ferreira.

Para Santa Sabino dos Santos Guimarães, 33 anos, mãe de cinco filhos, tirar renda da horta, alimentar os filhos com produtos orgânicos e ainda preservar a natureza é o mais importante. "Só de saber que estou fazendo algo de importante para a comunidade vale todo meu empenho. Além disso, poder lidar com a horta, produzir alimento e consumir uma alimentação natural não tem preço", explica.

Na segunda etapa do projeto, em execução no momento, está em andamento a ampliação da horta orgânica, com o plantio de mais diversidade de hortaliças, a implantação de sistemas agroflorestais, comercialização de mudas de banana e palmito orgânico e o início da preservação da mata. Já para a terceira fase está prevista a criação de uma agroindústria, que funcione como um empreendimento solidário para os próprios agricultores beneficiados.