CCSP promove palestra sobre direitos de deficientes

O objetivo da palestra, que será promovida às 15h deste sábado (04/07), é promover a inclusão e participação das pessoas com deficiência também nos espaços culturais. Para isso, será no Centro Cultural São Paulo, exemplo de acessibilidade.

A Biblioteca Braille, do Centro Cultural São Paulo (CCSP), promove às 15h deste sábado, dia 4, uma palestra sobre direitos das pessoas com deficiência, proferida pela vereadora Mara Gabrilli, tetraplégica e militante da causa há mais de 15 anos.

O objetivo do evento é promover a inclusão e participação desse público também em espaços culturais. "As pessoas precisam saber que o acesso existe para usufruírem o que é delas por direito. A inclusão só acontece se mostrarmos que ela existe", diz a vereadora, que está à frente do Instituto Mara Gabrilli, que fomenta pesquisas e apóia atletas do paradesporto.

O local da palestra, o CCSP, é exemplo de acessibilidade: ao longo dos últimos meses o Centro passa por reestruturação para facilitar o acesso e possibilitar maior inclusão de pessoas com deficiência a todos os seus espaços, à programação e aos acervos.

Essa transformação teve início com a mudança da Biblioteca Braille para a Praça das Bibliotecas, o que possibilitou que os deficientes interagissem com os demais usuários. O prédio foi adaptado, com a instalação de mais de 400 metros lineares de piso tátil , e os banheiros adaptados para pessoas com deficiência. Foram instalados ainda telefones públicos para deficientes físicos e auditivos, localizados no Piso Flávio de Carvalho.


Parcerias ampliam serviços

Em parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, foram adquiridos novos equipamentos que promovem a inclusão do deficiente, como uma cabine de tradução para que deficientes visuais possam assistir a peças de teatro, espetáculos de dança e cinema, um vídeo ampliador, audiolivros e os softwares Magic e Openbook, ampliando a oferta de serviços, sempre com o propósito de aumentar a missão de interface sociocultural.

O site do CCSP também se tornou mais acessível aos deficientes visuais, seguindo como referência as regras dos parâmetros de acessibilidade na web definidos pelo governo. O site oferece o programa Braille Acontece, que enfoca o dia-a-dia de pessoas com deficiência. Os entrevistados revelam como superaram a deficiência para se destacar na vida profissional e pessoal.

Além da parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, o CCSP contou com o apoio de várias entidades, como a Fundação Dorina Nowill, Instituto Vivo e Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.

A Braille funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados e feriados, das 10h às 17h. O CCSP fica na rua Vergueiro, 1.000, no Paraíso.


Pioneira no conteúdo em braille em SP

A então Biblioteca Braille, idealizada por Dorina Gouvêa Nowill, foi inaugurada em 29 de abril de 1947 e criada pela necessidade de transcrever para o Sistema Braille os livros de histórias infantis que compunham o acervo da Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato. Foi a primeira vez em São Paulo que crianças cegas tiveram a oportunidade de conhecer uma biblioteca.

À medida que as necessidades desse público infantil cresceram, a biblioteca também ampliou seus serviços, passando a transcrever para o Sistema Braille obras didáticas dos currículos escolares. Paralelamente, eram transcritos livros de literatura para atender ainda à solicitação dos adultos que passaram a freqüentar a biblioteca.

Sua coleção, a maior do gênero no País, conta com um acervo de aproximadamente 6.800 obras. A biblioteca atua também como editora, produzindo livros em braile e livros falados, possui computadores com acesso à internet equipados com software de leitura de tela (Home Page Reader) e conta ainda com setores de processamento técnico, encadernação, transcrição de livros em tinta para o braille e informática.

Todo o acervo está disponível para empréstimo dos interessados, até mesmo dos residentes em outros Estados, que podem ser atendidos pelo serviço de remessa postal. Os usuários têm o acompanhamento dos bibliotecários, auxílio à pesquisa e atividades culturais, desenvolvidas periodicamente.

A Biblioteca Louis Braille é hoje um espaço para a busca do conhecimento, convívio social, interação entre usuários, intercâmbio de idéias, reunião de grupos de estudo e lazer. Por ser um local onde se acumulam experiências relativas à problemática da cegueira, a Biblioteca é constantemente consultada por profissionais das áreas de biblioteconomia, educação e saúde ou entidades que a ela recorrem como modelo de estrutura organizacional.