Iluminação: Prefeitura chama iniciativa privada para apresentar modelo de PPP

Prefeito Fernando Haddad disse nesta sexta-feira que as atuais lâmpadas de vapor de sódio deverão ser substituídas por lâmpadas de LED

A Prefeitura de São Paulo anunciará uma chamada pública para que a iniciativa privada apresente um modelo de Parcerias Público-Privadas (PPPs) que possa ser adotado na futura licitação para a reforma da iluminação da cidade, substituindo as atuais lâmpadas de vapor de sódio por lâmpadas de LED. A informação foi adiantada na manhã desta sexta-feira (27) pelo prefeito Fernando Haddad, em debate que encerrou o Arq.Futuro, fórum sobre arquitetura e urbanismo realizado no Auditório do Ibirapuera.

"Conseguiremos mudar toda a iluminação pública da cidade por LED, sem ter que gastar um centavo com isso, porque a economia que teremos com manutenção e no consumo de energia pagará todo o empreendimento", afirmou Haddad.

De acordo com o prefeito, a iniciativa, se bem sucedida, deve contribuir para a política industrial do Brasil, uma vez que só o município possui mais de 500 mil pontos de iluminação."Teríamos não só um ganho financeiro, mas também teríamos uma melhoria ainda melhor da qualidade da iluminação pública", disse Haddad, lembrando que a troca das antigas lâmpadas de mercúrio por outras de vapor de sódio já trouxeram ganhos bastante significativos para a cidade.

O debate, que tratou especificamente das alternativas de financiamento para o desenvolvimento urbano de grandes cidades, contou ainda com a presença de Marcos Cruz, secretário municipal de Finanças; Luciano Coutinho, presidente do BNDES; Fábio Barbosa, presidente da Abril; Philip Yang, fundador do Urbem e Antônio Ermínio de Moraes Neto, cofundador da Vox Capital. A discussão foi mediada por Sérgio Lazzarini, professor do Insper.

Em meio ao debate, Haddad reforçou o papel da iniciativa privada neste contexto. "O setor privado precisa compreender que ele precisa não só construir um prédio, mas também ajudar a cidade a se construir. É preciso pensar na construção da cidade de maneira integrada", afirmou.

O secretário Marcos Cruz, por sua vez, explicitou que um dos principais desafios enfrentados pela administração pública neste cenário é o de atração de investidores para áreas ainda não requalificadas. Isso porque a modernização urbana exige grandes investimentos financeiros para a desapropriação de terrenos e, posteriormente, para a construção de equipamentos públicos.

"O lapso de tempo entre investir e começar a ter retornos nestes casos é muito grande: algo em torno de 10, 15 anos. Justamente por isso, o setor privado geralmente vai para um local que já tem potencial e dificilmente abre uma nova frente", disse.

Para driblar o desencontro, Cruz afirmou que o papel de bancos públicos e fundos institucionais são mais do que necessários para, não só para a antecipação dos ativos, mas também para dar maiores garantias aos investidores.