Robótica dentro da sala de aula da rede municipal de ensino

O projeto Robótica no CEU envolve hoje dois mil alunos em suas 21 unidades e faz parte do programa de inclusão digital da Prefeitura. Além disso, utiliza a Robótica para imprimir nos alunos conceitos e habilidades.

O estande da Secretaria Municipal de Educação (SME) foi pequeno para o número de interessados nos projetos Robótica no CEU e A cidade que a gente quer, durante a Robótica 2005 - Salão Internacional de Robótica e Inteligência Artificial. A feira, que aconteceu de 8 a 11 deste mês no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, reuniu cerca de 60 expositores ligados à Educação, indústria e entretenimento.

O projeto Robótica no CEU, que começou em fevereiro de 2004, envolve hoje dois mil alunos em suas 21 unidades e faz parte do programa de inclusão digital da Prefeitura. Além disso, utiliza a Robótica para imprimir nos alunos conceitos e habilidades. "Trabalhamos com turmas de 20 alunos após as aulas", conta o professor Isaías Santos, analista de sistemas com pós-graduação em Tecnologia da Educação.

Ele informa que o eixo da proposta é construir sempre projetos pedagógicos. "Não se trata de montar equipamentos, ficar apenas no caráter lúdico da tarefa, e sim fazer uma transferência do que desenvolvem na Robótica para a sala de aula".

O professor Isaías cita, como exemplo, a concentração, o raciocínio lógico, trabalho em equipe e verbalização. "O Robótica no CEU proporciona ainda uma aproximação com a tecnologia, já que os alunos entram em contato com os elementos da mecânica, como engrenagens, polias, motores", diz Isaías.

Para Isaias, "a maior dificuldade é onde o projeto mais brilha: a quantidade de alunos que o projeto tem". Segundo ele, mesmo com apenas sete monitores para dar conta dos 21 CEUS, o entusiasmo da equipe é grande. Segundo seus cálculos, se existisse um monitor para cada CEU poderia atender 400 crianças por unidade. "Garanto que estenderíamos o atendimento à comunidade", contabiliza.

Pensar a cidade

Pensar o problema de São Paulo e buscar soluções criativas. E, de quebra, usando sucata. Foi essa a premissa que levou o professor de História da EMEF Jackson de Figueiredo, no Tatuapé, Luís Antônio Gimenez, e alunos a criarem, com apoio da SME e USP, o projeto A cidade que a gente quer, em 2001.

Figueiredo, professor-orientador de informática educativa (POIE) da unidade há sete anos, conta que os alunos descobriram com a Robótica a cooperação, divisão de trabalhos e o raciocínio.

O projeto envolve 350 alunos de 5ª. a 8ª. séries do período da tarde. Nem todos se debruçaram sobre a Robótica na busca de uma solução para a metrópole. Luís conta que as atividades são realizadas fora do horário de aula e que recebe muito apoio da Diretoria de Orientação Técnica (DOT) e Informática Educativa, da SME.

"Temos inúmeras idéias para o projeto e quanto mais sucata recebermos, melhor", diz, numa referência a eletroeletrônicos que não tenham conserto.