Jardim Pantanal terá estação flutuante de bombeamento de água da chuva

A estação já está em funcionamento e é mais uma ação para evitar alagamentos na Vila Seabra. Um polder será construído e deve ficar pronto em cinco meses

 Uma série de medidas de combate às enchentes está em andamento no Jardim Pantanal, na zona leste da Capital. A região concentra 20 bairros paulistanos e é uma APA- Area de Proteção Ambiental. Na Vila Seabra, que margeia o Rio Tietê, enquanto tiver chuva a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), vai manter bombas para o escoamento da água que se acumula nas ruas Serra do Grão de Mogol e Tite Lemos, localizadas na várzea do rio. A estação flutuante começou a operar na última sexta-feira (13.01).



O secretário da SMSUB, Alexandre Modonezi, esteve no local para vistoriar bocas de lobo, poços de visitas e locais que podem ajudar na drenagem da água como o Parque Estadual Biacica, onde um polder será construído. Lideranças comunitárias e o vereador Alessando Guedes, também participaram da visita, que começou na rua Serra do Grão Mogol, onde um muro de arrimo construído pela Prefeitura, através da SMSUB, evitou que a água entrasse nas casas.
Na enchente de 2019, Modonezi atravessou as ruas de barco e entrou em casas onde a altura da água passava de um metro. A ocupação irregular começou nos anos 1980 e foi se consolidando. As casas são de alvenaria, mas o fato do bairro estar na margem e abaixo do rio Tietê, favorece novas enchentes.

A Secretaria Municipal das Subprefeituras executou a construção de cerca de 400 metros de muro de contenção das margens do Córrego Lajeado. A obra faz parte do Plano Preventivo Chuvas de Verão (PPCV), para evitar alagamentos e riscos de deslizamentos das margens do rio. “Essa era uma luta de 15 anos da comunidade”, disse a líder comunitária Clarice Ferreira.


Da Esq. , Secretário das SMSUB Alexandre Modonezi, Vereador Alessandro Guedes e o Líder Comunitário Euclides Mendes (Seu Kiko)



Alessandro Guedes, que é vereador pelo PT, disse que “nesses quatro anos melhorou bastante em relação ao que era. Eles (sic) viviam em uma situação em que a água ficava dentro de casa por 90 dias. Hoje não. Hoje a água subiu o meio fio da guia e desceu mais rápido, não invadiu a casa de ninguém”. O vereador falou do desafio que é acabar com os alagamentos na região e reconheceu o trabalho da Prefeitura de São Paulo.

Valter Sepan é um dos moradores da rua Serra do Grão de Mogol. Pai de 4 filhos e avô de 8 netos, ele conta que já perdeu móveis, roupas, alimentos nas enchentes. “Eu moro há 64 anos nessa rua Serra do Grão Mogol e desde 90 pra cá a gente vem sofrendo com essas enchentes aqui. Criei meus 4 filhos embaixo de água. Tá uma benção depois que fez esse muro. A altura da água era demais, passava mais de um metro e eu moro de frente pro rio. Agora não”.

A SMSUB contratou um estudo inédito para a rua Tietê e o entorno, e identificou a necessidade de intervenção de drenagem e pavimentação . Para a Rua Tietê, local com histórico de alagamento, serão realizadas as seguintes intervenções:

- 350 metros de galerias;
- 6 poços de visita;
- 8 bocas de lobo.
- 1.700m² de pavimentação;
- 1.000m² calçadas;

A licitação do projeto deve ser concluída até o fim do mês. A previsão é de 60 dias de intervenções e o custo estimado de R$ 959 mil.

No Jardim Helena, Vila Aimoré e Vila Itaim, o secretário esteve com outras lideranças e pediu à Sabesp um mapa das galerias e emissários para entender por que a água do esgoto está voltando para as ruas.

A Prefeitura de São Paulo está investindo R$ 400 milhões em obras para evitar novas cheias no Pantanal paulistano. O secretário Alexandre Modonezi disse que “é uma região difícil e a gente tem feito uma série de obras com a expectativa que acabe com as enchentes. Eu quis voltar para ver o que a gente tem que fazer daqui para a frente. O prefeito Ricardo Nunes tem determinado para a gente solucionar esses problemas.”



É um esforço permanente numa região densamente povoada, onde mora uma população estimada em cerca de 30 mil habitantes e que vive na margem esquerda do rio que corta a maior metrópole do país.

Polder

O polder na confluência das ruas Serra do Grão Mogol e Tite de Lemos vai contribuir para a melhoria das condições de drenagem do local e no entorno. O reservatório amortece as cheias e a água captada pelas redes de drenagem é depois encaminhada para o Córrego Lajeado. A licitação do projeto de obra será publicada também até o fim de janeiro e terá duração de 150 dias ao custo estimado de R$ 6 milhões.

Ações preventivas

O trabalho preventivo contra as enchentes foi intensificado, sendo realizado diariamente por meio da limpeza manual de córregos, principalmente nas curvas e margens. A desobstrução dos poços de visita e bueiros também são realizados todos os dias para evitar o acúmulo de resíduos descartados irregularmente, além do serviço de varrição e coleta de pontos críticos e pontos viciados.

Balanço

Somente na região de São Miguel, entre janeiro e novembro de 2022, foram limpas 5.032 bocas de lobo e 509 poços de visita e mais de 16.580,60 metros de galerias. Além disso, foram limpos 402.682 m² de áreas de margens de córregos, com a retirada de 4.898,61 toneladas de detritos. Também foram podadas 3.170 árvores na região. Dos piscinões, foram coletadas 220 toneladas de detritos e realizados 2.935.526 m² em corte de mato e grama.

Mais informações

O trabalho de prevenção às enchentes dura o ano inteiro. Desde setembro, está em vigor o Plano Preventivo Chuvas de Verão que decreta através de portaria Nº 1.123 (de agosto de 2021), as ações preventivas e logísticas, bem como as ações práticas de proteção e defesa civil e de zeladoria urbana em caso de situações de chuvas extremas e suas respectivas consequências.

O Plano prevê que cada Subprefeitura tenha uma equipe de atuação. As administrações municipais programaram a escala das equipes para os plantões no decorrer da vigência do Plano Preventivo Chuvas de Verão, sobretudo no período noturno e fins de semana. Além da prontidão das equipes em cada Subprefeitura da cidade, a SMSUB possui o Centro de Controle Operacional que monitora 24 horas o cenário meteorológico e os equipamentos de contenção de enchentes da cidade (piscinões) enviando informações aos responsáveis de cada subprefeitura sobre a possibilidade de ocorrências pelos eventos de chuvas.

Mais informações: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/noticias/?p=339479 

Para ver o depoimento completo de Valter Sepan, morador da região, clique na imagem abaixo!
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