Ação interdita a rua Guaicuí, em Pinheiros, aos fins de semana
A ação vai durar até o fim de março
A Rua Guaicuí, em Pinheiros, será fechada aos fins de semana entre os dias 25 de janeiro e 31 de março. O projeto será lançado na sexta-feira, em homenagem aos 465 anos de São Paulo, e vai oferecer atividades culturais e gratuitas aos domingos até o fim de março. A iniciativa é um teste para o modelo de rua compartilhada entre pedestres e motoristas; comerciantes e moradores; famílias e fãs da boemia. O projeto Praça Guaicuí interdita 80 metros de via, atrás do Largo da Batata, em Pinheiros, para quem caminha ou circula de bicicleta, patinete e afins.
O evento marcado até 31 de março, etapa inaugural da chamada Praça Guaicuí, é resultado da parceria com a Subprefeitura de Pinheiros e do apoio do vereador Police, além da consultoria da Green Mobility, apoio da CET e da AMOR Pinheiros (associação de moradores do bairro) e patrocínio da Yellow, operadora de serviços de compartilhamento de bicicletas e patinetes.
Debatida há mais de um ano, a intervenção é resultado da articulação dos comerciantes com o poder público e moradores, e conquistou patrocínio da iniciativa privada. A proposta é amparada em estudos urbanísticos e inspirado no Estatuto do Pedestre (Lei 16.673/2017). Programado em etapas, a última fase prevê a implantação de mobiliário, iluminação cênica e a elevação do asfalto para o mesmo nível de calçadas reformadas, de modo que carros e motos circulem em baixa velocidade e horários determinados.
Reunidos na busca de soluções para os problemas gerados pelo sucesso de seus bares, lanchonetes e restaurantes, os comerciantes da Guaicuí organizaram uma espécie de coletivo (por enquanto uma associação informal) para varrer a rua, recolher o lixo e enfrentar questões como o excesso de ruído. Os estabelecimentos fecham, no máximo, à uma da manhã, mas o movimento segue por mais duas a três horas, abastecido por vendedores ambulantes em situação irregular. O grupo também contratou seguranças para a rua e agora se prepara para instalar holofotes e câmeras de vigilância, ligadas à rede da Guarda Civil Metropolitana. Sua ação mais ousada, porém, pretende agora começar a transformar o espaço público e a convivência entre as pessoas.
ETAPAS
A segunda etapa prevê a implantação de lombofaixas nas extremidades da Guaicuí, obrigando veículos automotores a desacelerar. Já a terceira consolida o perfil de uma praça diferente, compartilhada entre pedestres e motoristas, mas especialmente vinculada à micromobilidade (deslocamentos de curta e média distância realizados a pé ou com veículos individuais e sustentáveis, como bicicletas e patinetes), com paraciclos e sinalização específica. Vizinha à ciclovia Faria Lima, a Guaicuí está no coração de um dos principais hubs de transportes da cidade, reunindo terminais metrô, trem e ônibus e próxima da Marginal Pinheiros.
Após a fase de testes, que inclui uma pesquisa in loco e consultas públicas para definir o melhor modelo de intervenção, a segunda etapa já tem a maior parte do orçamento garantido por emenda parlamentar aprovada no Orçamento de 2018. A última fase, entretanto, vai demandar nova negociação entre todos os participantes para garantir a requalificação completa da Guaicuí.