Novas tecnologias melhoram a zeladoria na cidade de São Paulo

As inovações são mais amigáveis com o meio ambiente, reduzem gastos e aumentam a eficiência

 Trocar toda a tubulação com redução dos impactos ambientais. Encontrar materiais alternativos e resistentes para evitar furtos. Aumentar a durabilidade do serviço executado. Estes são exemplos de processos e tecnologias incorporados nas decisões de zeladoria adotadas na capital paulista.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), responsável por essa tarefa na cidade, foi a pioneira em sistemas que reduziram o tempo de demandas em 90%. Exemplo disso foi a queda de 504 para pouco mais de 50 dias nos processos que envolvem a poda de uma árvore na capital (cerca de 650 mil árvores estão sob os cuidados da Administração Municipal, de acordo com o levantamento de 2015).

Outro sistema que encurtou o tempo e esbanja eficiência é o Geoinfra. Por meio dele a pasta descobriu que São Paulo teve 86 mil valas abertas em pouco mais de três anos de programa. É um impacto direto no asfalto da cidade, que se tornou a principal solicitação, via 156, do cidadão que está em São Paulo.

A partir das informações do Geoinfra, a cidade passou a ter uma gestão mais eficiente dos processos que autorizam as concessionárias a atuarem nas vias. E uma cobrança efetiva dos responsáveis.

A diferença no material e métodos utilizados na recomposição levou a Secretaria Municipal das Subprefeituras para dentro das universidades, para desenvolver um protocolo que pudesse orientar o trabalho no asfalto. E foi nessa aliança de conhecimentos que São Paulo passou a ser a primeira cidade brasileira com um manual de tapa-buraco.

Atender à altura a demanda da população com redução de impactos é uma engenharia difícil para as grandes cidades. A Prefeitura acaba de concluir uma obra que levaria o dobro do tempo se usasse o método tradicional de trabalho.

A obra ocorreu na Avenida Santa Marina, na Lapa, na Zona Oeste. Um mapeamento minucioso, feito na região, concluiu que toda a tubulação das galerias pluviais precisava ser trocada para evitar alagamentos na via e no entorno. Essa tubulação passa , inclusive, por baixo da Marginal Tietê, que é uma das vias com o maior tráfego no país.

Para não interditar nenhuma faixa de rolamento, as equipes da SMSUB decidiram pelo tunnel liner. Uma espécie de poço é aberto no asfalto e, por meio dele, os operários fazem a escavação embaixo da terra sem abrir valas. No caso da Santa Marina, o trabalho na Marginal aconteceu a oito metros de profundidade sem que o trânsito sofresse qualquer interrupção.

A intervenção levou seis meses, metade do que se levaria caso o processo de intervenção seguisse o modelo convencional com a abertura de valas.

Na avenida Brasil o tunnel liner foi usado para a drenagem , em substituição à galeria que era antiga, feita de tijolo e com diâmetro menor. Outras duas obras tiveram o uso desse método.

O tunnel liner é composto por elementos pré-fabricados, como em um quebra-cabeça e os profissionais vão montando conforme a escavação evolui. Anéis de concreto e aço são encaixados ou montados no interior do túnel. Esses elementos formam uma estrutura contínua ao longo do túnel, proporcionando suporte e resistência às paredes.

Conheça mais sobre as obras subterrâneas da capital paulista

O método não destrutivo tunnel liner pode ser aplicado em galeria de drenagem de águas pluviais, rede de esgoto, passagem de veículos, pedestres, cabos de energia e telefonia, entre outros.

- Grelhas de polietileno rotomoldado - Entre os desafios de gerir uma cidade como São Paulo estão os furtos e o vandalismo. Pensando nesse desafio, a SMSUB desenvolveu as grelhas de polietileno rotomoldado (método de processamento destinado à fabricação de peças plásticas ocas de pequeno, médio e grande porte) para diminuir as ocorrências de furtos. As grelhas têm o mesmo material utilizado nas caixas d’água, e consegue suportar 8 mil toneladas, apresentando a mesma resistência que o ferro.

A troca das grelhas foi iniciada de maneira gradativa, evitando custos extras ou novas contratações para realizar a instalação dos equipamentos. A equipe de zeladoria da Prefeitura de São Paulo tem o conhecimento necessário para instalação dos equipamentos.

A diferença de custo individual das grelhas é pequena. A grelha de polietileno teve o custo individual de cerca de R$520,00 e a de ferro de R$ 500,00. Entretanto, as de ferro eram roubadas com frequência, gerando mais custos para reposição.

Antifurto - A instalação das grelhas de polietileno é muito semelhante às que eram feitas antes. A mudança está no parabolt (chumbador mecânico, composto por parafuso, arruela e jaqueta), que apresenta sistema antifurto. Para a remoção das tampas, durante a manutenção, uma chave especial foi criada. Até o momento, 961 grelhas foram substituídas, sendo todas repostas por motivo de furto ou avarias. Além disso, 865 foram entregues às 32 Subprefeituras para substituição quando necessária.

As intervenções na capital são resultados de um projeto-piloto realizado há quatro anos. Sua principal característica é ser impermeável, rígida e inquebrável — propriedades observadas na implantação do equipamento. A primeira grelha implantada para teste foi na Avenida Aricanduva, altura do número 2087. Essa grelha permanece em perfeito estado, assim como todas as implantadas até o momento.

Placas pré-moldadas de concreto - Os poços de visita (PV), popularmente conhecidos como bueiros, são construídos em locais estratégicos, destinados à visita de técnicos para manutenção preventiva e corretiva nas áreas de serviço subterrâneos, possibilitando a manutenção de sistema de drenagem, gás e telefonia, sem que haja a necessidade de escavar o solo.

Muitos desses PVs encontram-se em vias públicas de pavimento flexível, composto por uma mistura asfáltica. O tráfego intenso de veículos pode provocar desníveis no pavimento e nos casos mais graves, afundamento do solo no entorno do poço de visita.

Desde que foi implantado o novo modelo não precisou de reparo. Esse é um ganho, já que o PV antigo necessitava de manutenção a cada três meses, a um custo de cerca de dois mil reais. A exemplo das grelhas, a troca não ocorre em massa, mas pela substituição dos que apresentam problemas.

Os desafios da zeladoria tem o gigantismo da metrópole que é São Paulo. Seja na forma ou nos materiais envolvidos, a capital tem mais eficiência e o melhor tempo de resposta para as demandas do cidadão. Cuidar e zelar andam juntos nas ruas da cidade.