Localizada no bairro do Brás, a rua Maria Domitila - recapeada em março pela Prefeitura - tem uma curiosa história. Seu nome foi dado em homenagem à Marquesa de Santos, D. Maria Domitila de Castro Canto e Melo, uma importante proprietária de chácara da região.

Nascida em São Paulo, no dia 27 de dezembro de 1797, Maria passou por muitas dificuldades na vida. Com apenas 16 anos de idade, casou-se com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça e mudou-se para Ouro Preto, onde nasceram seus dois primeiros filhos: Francisca e Felício. Em 1815, depois de uma discussão com a esposa, o alferes esfaqueou-a estando grávida de seu terceiro filho. Foi então que Domitila deixou o marido e voltou para a casa dos pais, dando a luz a uma criança batizada com o nome de João, mas a criança infelizmente faleceu poucos meses depois.

Mesmo com a dor e os momentos de angústia, Maria sempre foi um exemplo de mulher por ser bondosa, determinada e independente. Em 1824, Domitila foi designada Baronesa de Santos; em 1825, recebia o título de Viscondessa de Santos e, em 1826, o título de Marquesa de Santos.

Dama elegante, rica e cheia de prestígio político e social, na velhice dedicou-se às obras de caridade, protegendo os pobres e cuidando dos doentes. Sua residência se tornou o centro da sociedade paulista, que ela animava com seus contos literários e bailes de máscaras. O Solar pertencente à Marquesa de Santos em São Paulo - raro exemplo de arquitetura urbana do século 18 -, está sendo restaurado e readequado pela Prefeitura. A marquesa faleceu em São Paulo no dia 03 de novembro de 1867 e foi sepultada no cemitério da Consolação.