A ferramenta responsável por detectar tampas de ferro dos poços de visita e galerias localizadas no meio das vias públicas, se mostrou muito útil em sua utilização, localizando no total 10 pontos encobertos por antigos recapeamentos realizados há pelo menos 15 anos na região do Brás.
O trabalho desenvolvido através da parceria entre a Prefeitura Municipal de São Paulo e o Governo do Estado, realizado pela Subprefeitura da Mooca e Sabesp, limpou no total 18 (unidades) poços de visita, 53 (unidades) bocas de lobo, 290 (metros) de galerias e 135 (metros) de ramais, retirando mais de 42 toneladas de resíduos. Após a limpeza, as tampas foram alinhadas ao nível do asfalto.
A força-tarefa entre os órgãos municipal e estadual teve início no Brás - um dos maiores pólos de compra da América Latina e que recebe cerca de 600 mil pessoas todos os dias - nos trechos que compreendem a avenida Celso Garcia e a rua Joli, e avenida Rangel Pestana e Largo da Concórdia, sendo realizado entre 23 de janeiro e 24 de março.
O comerciante João de Luiz Filho, reside e trabalha no Brás há quase 50 anos. Ele conta que quando chovia, ninguém transitava na esquina da avenida Rangel Pestana com a rua José de Alencar. "Meus funcionários ficavam ilhados porque não tinham como pegar o ônibus. Estávamos mesmo precisando de uma atenção especial para essa região, agora vejo que esses problemas estão sendo solucionados". Sua esposa, também comerciante, Aparecida Reis de Luiz, conta que a situação era tão caótica que gerava até problemas mais graves. "No dia seguinte da enchente, aparecia até ratos. No ano passado, peguei Leptospirose e precisei ser internada, mas ainda bem que as providências estão sendo tomadas", diz ela. Este ano, somente neste local, foram notificados cerca de 40 alagamentos.
A operação de limpeza no Brás contou com uma equipe de 36 homens, entre funcionários da Prefeitura e da Sabesp, além de oito caminhões e hidrosugadores (máquina usada para tirar sujeira do poço). Os operários utilizam equipamentos mecânicos e manuais para recolher os resíduos, que em seguida são depositados em um aterro sanitário. Além do processo de limpeza, estão sendo identificadas interferências nas galerias pluviais, e já foram executados reparos dos ramais danificados e realizadas microdrenagens. A população também pode ajudar a prefeitura a conservar estes e outros pontos limpos, contribuindo com ações simples que fazem a diferença, como não jogar lixo nas vias públicas ou varrer folhas para dentro das bocas de lobo, que atrapalham ou impedem o escoamento das águas pluviais.