Desfile Cívico e Militar marca o encerramento das comemorações do 152º aniversário de Guaianases

Neste domingo, dia 26 de maio, ás 9h, na Av. Salvador Gianetti, acontecerá o encerramento das festividades do 152º aniversário de Guaianases, com o já tradicional Desfile Cívico e Militar.

O evento contará com a presença de inúmeros convidados, entre comerciantes e políticos da região.

Lembrando que este mês, já tivemos diversos eventos, tanto do CEU Jambeiro, CEU Lajeado, quanto no nosso tradicional Mercadão, que abrilhantaram mais um aniversário da nossa querida Guaianases.

História de Guaianases

A formação do bairro de Guaianases, em breve relato, iniciou-se com o aldeamento dos Índios Ururaí em São Miguel Paulista e Guarulhos, com a data passada em 12 de outubro de 1580, por Jerônimo Leitão " Capitão desta Capitania em São Viscente", através da qual foram concedidas terras aos Índios Seis léguas em quadra ao longo do rio Ururaí (hoje tietê), as quais começaram a partir donde acabar a data de João Ramalho e de seus filhos e vão pelo rio corrente tanto de um lado como outro, até acabarem as ditas seis léguas em quadra... com condições de sesmarias conforme ordenação de El rei nosso senhor de hoje para todo o sempre...(extraídos da Câmara de São Paulo, 1962 vol. I). Assim, prosseguiu o chamado aldeamento até total extinção dos Índios, por volta de 1199, passando suas terras para o domínio de particulares, durante os anos seguintes.

E foi em terra da família Bueno, localizadas (onde hoje situa-se o Cemitério Lajeado) no Vale do Ribeirão Lageado como simples parada e pousada de viajantes, edificada a pedido do Senhor Manoel Joaquim Alves Bueno, uma capelinha e assim como a Cidade de São Paulo, que nasceu em dia Santo, também Guaianases tem um dia Santo como marco principal.

É o dia 10 de abril a barguilha, dia de Santa Cruz, isto porque neste mesmo dia do ano 1994, o vigário da Paróquia de Arujá, João Cardoso de Menezes e Souza, celebrou a primeira missa e procedeu a benção da Capela de Santa Cruz do Lajeado, e ao redor da Capela que foi reedificada em 1872, começou o nascimento do povoado de Guaianases. A princípio chamava-se Lajeado, porém ali terras, onde cultivavam produtos agrícolas e agropecuários, segundo outras famílias também imigrantes italianos, instalaram-se como comerciantes com a inauguração da Estrada de Ferro norte São Paulo, posteriormente Estrada de Ferro Central do Brasil (REFASAEL), e (CBTU) Companhia Brasileira de Trens Urbanos, hoje sob controle da (CPTM), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

Em 06/11/1875, o local onde fora construída a Capela, recebeu a designação de Lajeado Velho, e o núcleo vizinho à estação ferroviária, recebeu o nome de Lajeado Novo, o qual no final do século XIX ganhou outra Capela também dedicada a Santa Cruz.

Entretanto para que não houvesse confusão, a Igreja Santa Cruz do Lajeado Velho, teve seu orago mudado para Santa Quitéria, que segundo a lenda, seria o nome de uma escrava fugitiva de uma das fazendas existentes na região pertencentes aos padres Carmelitas, sendo capturada e ali sacrificada selvagemente.

O Lageado Novo, começou a prosperar com a chegada dos Imigrantes Italianos a partir de 1876, 1891, 1900, 1906, 1912 e 1920, juntando-se com tradicionais famílias já existentes. Foram os primeiros compostos pelas famílias Thadeo; Gianetti; Diório; Premiano Pistócio; Galia; Pucci; Bauto, estes instaladores de Olarias, principal atividade econômica por longo tempo no lugar, que foram as responsáveis pelo fornecimento de tijolos para as construções da cidade São Paulo, principalmente as indústrias e moradias dos bairros da Móoca, Brás, Belém, Mooca, Bom Retiro, Pari, etc.

As segundas famílias, Bueno, Pereira, Mariano, Carmo, Pedroso, Moreira, Leme, Cunha, Jordão, Xavier, Leite etc... eram proprietários de grandes áreas de terras, onde cultivavam produtos agrícolas e agropecuários, seguindo outras famílias também de italianos. Instalaram-se como comerciantes em várias atividades as famílias, Calabrez, os Tabelini e Prandini, com o ramo de Secos e Molhados; a família os Iapequini, com a extração e corte de lenhas e madeiras, que também abasteciam as Indústrias do início do século, na cidade de São Paulo.

A família Radiante, como fabricantes de vinhos; outras também italianas, dedicavam-se às atividades de fabricação de tachos de cobre como os Vita. Bomfanti, Cornedi e Saqueto ferreiros e carpinteiros.

Vinda em 1912 a família Matheus, imigrante espanhola, que através do patriarca Luiz Matheus, funda as Pedreiras Lajeado e São Matheus, que também passou a abastecer a cidade de São Paulo.

Contava Lajeado já volta de 1920, com uma população aproximada de 600 habitantes e 100 prédios. Em 1924, a direção da E.F.C.B.(Estrada de Ferro Central do Brasil) atual CPTM, mudou o nome da Estação, para Carvalho de Araújo, em homenagem a um dos Engenheiros da dita ferrovia. Na data de 30/12/29, Lajeado foi elevado à condição de Distrito. Durantes o período de 1920 a 1940, Lajeado teve um desenvolvimento inexpressível, tendo surgido os primeiros loteamentos na década de 1920, como Vila Iolanda(1926),CAIC(1928),Princesa Isabel(1928), parte da fazenda Santa Etelvina(1926), onde chegou a formar-se um pequeno núcleo de imigrantes alemães e austríacos, em número de 12 famílias.

Guaianases passa a ter em 1934, população de 1.642 habitantes, possuindo até então uma única Escola Reunidas de Lajeado, fundada em 1873; a Agência de Correios em 1873; uma subdelegacia de policia, criada em 1895 e duas Agremiações Esportivas, o Atlas Lajeadense F.C., cuja fundação ocorreu por volta 1915 e posteriormente a União F.C. fundado em 1934; ambos possuíam boas sedes, onde nos finais de semana, realizavam animados bailes, como também possuíam os melhores esquadrões da região vindo a fundir-se em 1946, criando o atual Guaianases F.C. Possuía também Bandas de Músicas, existindo a primeira no período de 1915 a 1926, e a Segunda Corporação Musical Lira de São Benedito, fundada em 1933, extinta em 1938.Como curiosidade, havia um trecho de estrada de ferro particular, ligando a estação do Lajeado à Fazenda Santa Etelvina, hoje Cidade Tiradentes, cuja instalação ocorreu em 1908, tendo sido extinta em 1937, em cujos trilhos corria um bondinho de passageiros e pequenos vagões de cargas, para transportar lenha, tijolos, pedras, carvão e produtos agrícolas da região da Passagem Funda; outra curiosidade, era a existência de 14 lampiões que serviam como iluminação Pública, localizados nas Ruas;. 15 de Novembro, atual Salvador Gianetti, XI de Agosto (atual Capitão Pucci), Rua. Floriano Peixoto (atual Hipólito de Camargo) e Rua. Santa Cruz (atual Saturnino Pereira), instalados por volta de 1915.

Apresentava Lajeado(Guaianases) em 1940, uma população de 2.967 habitantes e 806 prédios (fonte IBGE).O bairro participou na segunda Guerra Mundial, com a ida do pracinha Otelo Augusto Ribeiro, que infelizmente, não retornou à Pátria, morrendo em terras da Itália, mas que por fim, em sua homenagem, tem seu nome em uma das principais ruas de Guaianases.

Finalmente o Bairro recebe oficialmente o nome de Guaianases, pela Lei n. 252 de 24/12/48. Palavra de ordem Tupi, isto porque a região fora habitada pela tribo dos Índios Guaianás, até os primeiros séculos do descobrimento do Brasil. Guaianases nos anos 40, passou a desenvolver-se com novos loteamentos, devido acrescente procura e necessidade de mão de obra nas Indústrias de São Paulo, ocorrendo então a migração de pessoas de todos os cantos do Brasil, principalmente do nordeste, que chegando como braço para trabalho, procuraram instalar-se nos bairros periféricos da Capital.

Guaianases chegou em 1950, a contar com uma população de 10.143 habitantes, tornando-se por excelência, bairro dormitório; contava nessa época, com único meio de transporte, a valiosa MARIA FUMAÇA da EFCB, até 1958, quando começou a correr os primeiros trens elétricos que até hoje nos servem.

A partir da década de 1950, o bairro prosseguiu seu desenvolvimento mais expressivo, com novos loteamentos, que surgiram da noite para o dia e, atingiu em 1960, uma população aproximada de 45.000 habitantes, desde então até hoje, com a constante migração e desenvolvimento de casas populares e Cohab"s, a região tivera um crescimento populacional espantoso e atualmente ultrapassa 1,6 milhões de habitantes.
 

Fonte: CIJ - Centro Interescolar da Juventude - Guaianazes

Atualidade
Guaianases no extremo leste de São Paulo, já foi apontado como um dos bairros mais precários da cidade, ao lado de Jardim Ângela, Grajaú, Pedreira, Jardim São Luís e Jardim Helena.

Esses dados são alavancados, pois nesse período o distrito de "Cidade Tiradentes", ainda fazia parte da subprefeitura de Guaianases. Então o bairro agrupava toda esse região também, conhecida como uma das mais carentes da cidade. Uma região que por muitos anos fora esquecida pelas autoridades com muitas favelas bairro periférico.

A região conta com distritos mais desenvolvidos, como a região central, e o Jardim São Paulo; que conta com duas faculdades, um Hospital Geral público, uma Escola Técnica, e casas de classe média-baixa com rendas por pessoas de um pouco mais de um salario minimo.

Segundo dados da Fundação Seade no ano 2010, 60,2% dos chefes de família recebem no máximo três salários mínimos. Mais de 15% dos 400 mil moradores viviam em regiões invadidas (favelas), número mais alto que do município como um todo: 11%. A taxa de analfabetismo é de 7,7% quando a média da cidade é de 4,88% e as taxas de defasagem escolar também são altas, muito embora não faltem vagas nas escolas municipais da região, segundo a subprefeitura.

As condições sociais favorecem a violência. Uma outra pesquisa da Fundação Seade divulgada em 2004 colocou Guaianases entre os distritos com maior número de homicídios da capital, superando 85 para cada grupo de 100 mil habitantes (considerando-se mortos dos distritos de Cidade Tiradentes e Lageado). A média de São Paulo ficou em 47, e os distritos menos violentos registraram números abaixo de 7 homicídios.mas em 2012 de acordo com o jornal g1 abaixou o indice de violencia quse 70%

As favelas representam um caso mais complexo. A maioria das ocupações irregulares data de décadas atrás e boa parte das moradias já é de alvenaria. A solução seria, de acordo com a subprefeitura local, regularizar os espaços, especialmente no extremo do Jardim São Paulo, Fazenda Santa Etelvina e Passagem Funda.

Educação
O distrito conta com o CEU Jambeiro. Que possui três quadras poliesportivas, dois campos de futebol e três piscinas, além de telecentro e biblioteca, o CEU se transforma em um clube nos finais de semana e reúne até mil pessoas nos finais de semana mais quentes. O centro oferece ainda uma extensa programação cultural, com filmes, shows de música, teatro e campanhas de saúde voltadas à comunidade.

No CEU estudam mais de dois mil alunos, do ensino infantil até à 8ª série do ensino fundamental. Deste total 260 estudam em período integral. No tempo extra em que ficam no colégio os estudantes têm aulas de informática, xadrez e dança, entre outros.

Transporte
É servido pela linha 11 da CPTM, que dá acesso ao centro da Capital e aos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano e Mogi das Cruzes. Além disso, é servido por linhas municipais e intermunicipais de ônibus. A principal via que liga ao centro da cidade é o Corredor Guaianases-Marginal.