Cidade Tiradentes ganha o Parque da Consciência Negra

Os moradores de Cidade Tiradentes ganharam um presente no dia 20 de novembro: o Parque Municipal da Consciência Negra. O nome é uma homenagem à população local, formada em boa parte por descendentes de negros. Além de entregar o parque, o prefeito Kassab também deu início à segunda fase do Programa de Recuperação de Crédito 1.000, da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab), que renegocia as dívidas de moradores de Conjuntos Habitacionais.
“No dia da Consciência Negra, nada melhor do que entregar este parque, que leva seu nome”, disse o prefeito. “Se tem algo que podemos lamentar, é a histórica falta de um número adequado de parques em São Paulo. Hoje, é mais difícil fazê-los, pois a cidade está ocupada e as áreas livres são mais caras. Mas vamos continuar”, concluiu o prefeito, que relembrou o compromisso de deixar a Cidade com 100 áreas verdes.

O novo parque tem mais de 162 mil m² e está localizado a 200 metros da nascente do córrego Itaquera, que cruza sua área ainda preservada de Mata Atlântica. O local possui também uma mata de reflorestamento. Integra, ainda, o programa 100 Parques para São Paulo.

No local, foram construídos quiosques, uma ciclovia de 600 metros, pista para caminhada, parque infantil e um grande terreiro para a prática de capoeira, danças e apresentações culturais. Futuramente serão colocados em vários pontos do parque totens com informações sobre grandes brasileiros de origem africana, como o poeta Castro Alves e o engenheiro e geógrafo Teodoro Sampaio.
 

Durante a cerimônia, foi plantado um baobá, árvore de origem africana de grande longevidade. A festa de inauguração do parque contou com apresentação de roda de capoeira, grupo de percussão e dança e exposição de máscaras africanas, confeccionadas com argila do parque.
Entre as obras de construção do parque está a revitalização do córrego, feita pela Sabesp. “Isto aqui era um rio de esgoto. Muitos meninos aqui nunca viram um rio limpo. Isto é o que fazemos, graças ao programa Córrego Limpo”, afirmou o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que também destacou a acessibilidade do parque.
 

As opções de lazer eram poucas na região, como bem sabem os moradores. “A comunidade é isolada, tudo é distante. Se os meninos não tiverem um espaço cultural como este, podem se envolver com coisas erradas. Este parque é um grande apoio para nós”, afirmou Antônio José Vieira, o mais antigo mestre em atividade em Cidade Tiradentes.