Cerca de 100 mulheres deixaram seus afazeres no sábado (30), para discutir “Políticas Públicas para Mulheres”, durante a Pré-Conferência Regional de Mulheres, organizada pela Secretaria de Participação e Parceria/Coordenadoria de Mulheres, com apoio das Subprefeituras de Cidade Tiradentes e Guaianases.
O evento aberto a toda população, foi realizado no CEU Inácio Monteiro, localizado na rua Barão Barroso do Amazonas, s/nº, setor Inácio Monteiro. Ele propôs avaliar as necessidades de cada região em relação às políticas públicas sociais voltadas às mulheres.
Além disso, a Pré-Conferência teve a intenção de analisar as propostas da comunidade, para serem debatidas durante a 4ª Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres de São Paulo, que será realizada nos dias 03 e 04 de setembro, no Parque Anhembi. Esse evento deve reunir cerca de 2 mil representantes do governo e da sociedade civil, para elegerem as propostas de políticas para mulheres, nas áreas de saúde, educação, cidadania e trabalho, que serão encaminhadas as conferências Estadual e Nacional, por meio de delegados eleitos.
Mulheres com participação ativa
Durante a pré-conferência, as mulheres presentes tiveram uma participação ativa mediante aos temas debatidos, entre eles: Trabalho e Geração de Renda, Educação e Cultura, Violência Contra a Mulher e Saúde Mental e Reprodutiva.
Para o auxilio de suas reflexões, no tema relacionado à saúde, as mulheres assistiram a palestra apresentada pela ginecologista e coordenadora da Casa Ser, Ana Lucia Cavalcante (54). Ao abordar sobre a Saúde Mental e Física da Mulher, ela ressaltou que há uma grande necessidade de ter uma atenção especial, ao assunto. “Consequentemente, os tratamentos mentais e físicos precisam ser prioridades nas políticas públicas em nossa cidade”, ressalta Ana Lucia.
A ginecologista, também aproveitou o momento para exibir a imagem de um útero dentro do corpo da mulher, que segundo ela, a maioria do segmento feminino não o conhece. Dando continuidade, enfatizou a vida reprodutiva, explicando, a importância dos primeiros meses de gestação.
Após a palestra, as mulheres se dividiram em rodas de discussão para indicar propostas que serão apresentadas e votadas na Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres de São Paulo. (Leia o quadro anexo)
Repercussão do evento
Para Marinalva Silva (47), pesquisadora de mídias, moradora no Lageado, o que mais lhe chamou atenção foi a união de todas as mulheres em torno da sua valorização e a participação dentro da sociedade. “Fico feliz em participar deste evento sugerindo propostas que podem mexer na vida das moradoras da nossa região”.
Já a moradora de Cidade Tiradentes Geralda Marfisa (55), aposentada, achou importante o evento que para ela, representou o resgate pleno da cidadania. Acrescentou também que Cidade Tiradentes tem cerca de 75% da população negra, por isso, entre as propostas, ela defendeu o tratamento específico à saúde da mulher negra.
PROPOSTAS |
Saúde
- Criar abrigos, Centro de Apoio Psicosocial (CAPs) , Centro de Referência , Casa de Passagem independente do número de habitantes, com atendimento de 24 horas;
- Ampliar a parceria da saúde com a Secretaria Municipal de Assistência Social, para atendimento de saúde a mulher em situação de rua e idosa, oferecendo transporte gratuito;
- Garantir o atendimento a cirurgia ginecológica e métodos irreversíveis, no Hospital Cidade Tiradentes;
- Contratar profissionais de saúde, em especial em saúde mental em todos os serviços voltados a mulher;
- Capacitar os agentes de saúde para orientar sobre prevenção da violência contra a mulher e para todos os profissionais, em todos os segmentos, que atendam diretamente as mulheres em situação de violência;
- Garantir na dotação orçamentária, uma revisão de valores ou mesmo a ampliação da verba para os serviços de violência;
- Implantar na Cidade Tiradentes, um CAPs adulto, para tratamento de álcool e drogas;
- Garantir atendimento psicológico e saúde da mulher, para as mulheres em regime prisional.
Educação
- Criar creches 24 horas, com dia educacional e noite social, além de aumentar idade de permanência nas creches até 6 anos;
- Criar creches diretas com infra-estrutura adequada nas regiões, onde as mulheres não contam com unidades próximas de suas casas, e que são as que apresentam alta demanda de vagas.
Trabalho
- Implantar imediatamente cursos de qualificação profissional para as mulheres de nossa região;
- Implementar políticas específicas para as mulheres trabalhadoras nas cooperativas e aplicar incentivos fiscais para empresas de ônibus para trabalharem na Cidade Tiradentes.
Transportes
- Introduzir dois vagões especiais para mulheres, nos Metrôs e Trens.
Justiça
- Criar um Juizado Especial Itinerante em parceria com o Governo Estadual para atender e prevenir a violência contra a mulher.
Lazer
- Executar o direito a equipamentos de lazer, cultura, educação e esporte no seu próprio setor, pois os existentes como CEUs estão distantes da grande parte da população.
Habitação
- Retomar os Programas Habitacionais de interesse social, destinados as famílias com renda de 0 a três salários mínimos com mutirão em auto-gestão e desburocratizar as aprovações de projetos.
Texto: Assessoria de Comunicação / SP-CT