Vendaval com mais de 100 km/h que atingiu São Paulo na sexta não é registrado desde 1995

Para retomada da normalidade o quanto antes, prefeito Ricardo Nunes se reuniu com a ENEL e reforçou equipes de zeladoria e manutenção nas ruas

A cidade de São Paulo não registra rajadas de vento com mais de 100 km/h, como a que atingiu a capital na tarde desta sexta-feira (3), desde 1995. Os dados são do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura e foram informados pelo prefeito Ricardo Nunes em coletiva de imprensa no Centro de Operações da ENEL na tarde deste sábado (4).

O prefeito destacou a excepcionalidade do fenômeno, que resultou em 1.400 chamados relacionados a ocorrências com árvores. “Para a gente ter uma ideia do que aconteceu, só no Parque do Ibirapuera caíram 128 árvores. Foi um evento extraordinário e estamos aqui trabalhando muito para restabelecermos o quanto antes”, disse Nunes.

Por determinação do prefeito, houve reforço nas equipes das subprefeituras, da Defesa Civil, limpeza e agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que em conjunto com a Enel passaram a noite e a madrugada e estão nas ruas de todos os bairros da cidade para recuperação de áreas afetadas. Os trabalhos começaram já durante o temporal.

“Tínhamos 300 profissionais atuando na área de corte e poda de árvores, e estamos agora com 1.470 profissionais nessa atividade; de 500 passamos para 1.900 homens da Prefeitura no serviço de limpeza. Eu mesmo passei a madrugada toda com a minha equipe, os secretários, acompanhando os trabalhos", disse o prefeito.

Além disso, há 1.470 agentes das subprefeituras, 40 equipes de iluminação pública e 24 de reparos em semáforos nas ruas. A Defesa Civil está com todo o efetivo nas ruas. Pelo menos 35 viaturas estão distribuídas pelas quatro regiões da cidade.

Com 1,4 milhão de clientes na capital, a ENEL afirma ter normalizado a energia de 400 mil. Mas ressaltou a complexidade dos trabalhos para o restabelecimento total, já que é necessário fazer, além de reparos, a reconstrução de redes. “A melhor previsão é de atender a maioria das ocorrências até terça-feira. Falamos de um fenômeno extraordinário, que exige ações extraordinárias, e o restabelecimento passa pela reconstrução de parte da rede", disse o responsável pela distribuição em São Paulo, Vincenzo Ruotolo.

 

 

Ocorrências
Dos semáforos que apresentaram problema por conta da chuva, 284 que estavam apagados ou intermitentes já foram restabelecidos; 247 ainda estão apagados por falta de energia e 20 por problemas no equipamento. No total, a cidade tem 6.500 semáforos.

De 618 chamados por falta de iluminação pública, 523 haviam sido consertados também nesta manhã.

Das 150 árvores que caíram, 90 foram retiradas.

Os números estão sendo atualizados ao longo do dia.

Segundo a ENEL, das 84 escolas que estavam sem energia, agora são 47. A concessionária diz que está trabalhando para resolver o problema ainda nesta noite.

 

 

Parques
Em razão dos estragos causados pela chuva, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) determinou o fechamento dos parques do Carmo, Nabuco, Santo Dias, Morumbi Sul, Vila dos Remédios, Guarapiranga, Aclimação, Previdência, Ibirapuera e Eucaliptos, os dois últimos administrados pela Urbia. Somente no Parque do Ibirapuera caíram 128 árvores.

Os parques Ibirapuera, Carmo e Vila dos Remédios foram reabertos na manhã deste domingo e o Parque da Aclimação a partir das 12h.
Os parques Nabuco, Santo Dias, Morumbi Sul, Guarapiranga, Previdência e Eucaliptos permanecem fechados para o restabelecimento das condições adequadas de segurança e bem-estar dos visitantes. As equipes de manejo e manutenção das empresas que prestam serviço terceirizado foram acionadas já na tarde de sexta-feira e devem continuar atuando ao longo desta semana para a reabertura dos espaços à população que tão logo seja possível.
Os outros 106 parques municipais permanecem abertos e a SVMA monitora continuamente suas condições.
Seis parques ainda estão sem energia: Chuvisco, Paraisópolis, Vila Prudente, Povo, Chácara do Jockey e Independência, os quatro últimos fecharam mais cedo no sábado e neste domingo.
Outros 20 parques foram parcialmente afetados e alguns ainda têm parte de suas áreas interditadas: Cemucam, Juliana de Carvalho Torres, Nebulosas, Ciência, Aterro Sapopemba, Linear Mongaguá, Raul Seixas, Oratório, Jardim Sapopemba, M'Boi Mirim, Independência, Cordeiro - Martin Luther King, Linear Córrego Bispo (em implantação), Nair Belo, Linear Rapadura, Anhanguera, Rodrigo de Gásperi, Lina e Paulo Raia, Alto da Boa Vista e Paraisópolis.