Governo e Prefeitura iniciam obras estratégicas de combate às enchentes na região do córrego Antonico, no Morumbi

Administração municipal atua na remoção das famílias que viviam em cima do córrego e irá viabilizar a reurbanização da área, além da construção de mais um piscinão

Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo deram o pontapé inicial para uma série de obras estratégicas no combate às enchentes, nesta segunda-feira (29), com o início da construção de um novo reservatório subterrâneo e da canalização de parte do córrego Antonico, no Morumbi, Zona Sul da capital, ao lado do estádio do São Paulo. A ação contará com um investimento de R$ 117 milhões do Estado e terá a participação da administração municipal, que já atua na remoção das famílias que viviam em cima do córrego e também irá viabilizar outro piscinão na região.   

O prefeito Ricardo Nunes explicou que a obra é bastante complexa, dividida entre Prefeitura e governo do Estado, com a construção de dois piscinões, iniciando-se dentro do bairro de Paraisópolis, no córrego do Antonico. "É importante ressaltar que a Prefeitura e o Estado dividiram as obras. Só um fazer um piscinão não resolveria e a soma dos esforços, dos trabalhos da Prefeitura e do Estado, que vão dar um resultado aqui”, disse o prefeito, apontando que a administração municipal já removeu 874 famílias da área segundo o último levantamento feito.   

O novo piscinão feito pelo Governo terá capacidade para armazenar mais de 44 milhões de litros de água – o equivalente a 18 piscinas olímpicas. A previsão é que a obra fique pronta em 2026 e beneficie mais de 1 milhão de moradores da região e locais com grande fluxo de pessoas, como o estádio e o clube social do São Paulo, o hospital Albert Einstein e as instituições de ensino Santo Américo e Visconde de Porto Seguro.  

“Nós vamos construir um piscinão de 44 milhões de litros. A Prefeitura vai construir outro piscinão e essa operação acaba sendo conjunta, pois ele funciona no sistema de vasos comunicantes. Será um piscinão de 133 milhões de litros. Se a gente somar os dois, a gente está falando de 177 milhões de litros que vão ser reservados, beneficiando toda a região”, detalhou o governador Tarcísio de Freitas, exaltando a parceria com a Prefeitura de São Paulo.  

O reservatório do Estado ficará embaixo da praça Alfredo Gomes, no extremo da avenida Jules Rimet, e terá um formato circular, com mais de 27 metros de profundidade e 48 metros de diâmetro. Uma vez pronto, receberá as águas do córrego Antonico, que se origina em Paraisópolis e passa sob o estádio do Morumbi e a avenida Jorge João Saad.  

Durante chuvas intensas, o piscinão vai acumular o excesso de água e proteger o sistema de drenagem urbana, mitigando riscos de alagamentos. Indiretamente, a obra também terá impacto positivo nas regiões próximas ao córrego Pirajuçara, onde o Antonico desemboca, e ao rio Pinheiros, que recebe as águas dos dois afluentes.  

Simultaneamente, o Governo do Estado também vai canalizar um trecho de quase um quilômetro do córrego Antonico e revitalizar a praça Alfredo Gomes. Também haverá a instalação de 1,1 km de galerias de drenagem no entorno.  

“Estamos falando de uma região onde vivem milhares de famílias e por onde circulam estudantes, pacientes, médicos, torcedores e fãs dos shows realizados no estádio. Esse investimento vai garantir mais qualidade de vida para todos e minimizar prejuízos causados pelos temporais cada vez mais frequentes”, destaca Mara Ramos, superintendente do Daee.   

Novo piscinão  
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), prevê abrir os envelopes da licitação para a contratação das obras de implantação do reservatório para contenção de cheias do córrego Antonico está marcada para o dia 9 de fevereiro.  

Com previsão de investimento de R$ 289,7 milhões, o empreendimento será construído no terreno entre as ruas Corgie Assad Abdala, João da Cruz Melão e Av. Giovanni Gronchi, com capacidade para armazenar 133,5 mil m³ de água. O novo reservatório será fechado, o que permitirá o reaproveitamento da área após o término dos trabalhos, garantindo que a comunidade continue a utilizar o espaço.   

Para reforçar a captação das águas pluviais, as intervenções também contemplam a construção de 664 metros de novas galerias na rua Senador Otávio Mangabeira.