Dezembro Vermelho destaca serviços para prevenção e tratamento do HIV/Aids

Na capital, a população que vive com o vírus conta com uma rede composta por 28 serviços de atendimento, além de ações extramuros

O último mês do ano é também um período em que os serviços de saúde reforçam a visibilidade de ações de prevenção e tratamento em HIV/Aids, com a campanha Dezembro Vermelho, que que se inicia no Dia Mundial da Aids, lembrado nesta sexta-feira (1).

Durante todo o mês, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informará a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento de ISTs e Aids por meio de mensagens nos relógios de rua, em totens nos shoppings, universidades, ampliação de ações de testagem e prevenção ao HIV na cidade, além de iluminação especial em monumentos e prédios públicos da capital.

Em São Paulo, 28 unidades atendem a demandas relacionadas a ISTs

De acordo com o último boletim epidemiológico da SMS, divulgado pela Coordenadoria de IST/Aids em parceria com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), os índices de novos casos de infecção por HIV na cidade de São Paulo diminuíram pelo sexto ano consecutivo. Em 2022, foram registrados 2.066 novos casos de infecção pelo HIV, em comparação a 2.351 novos casos em 2021. Desde 2016, a redução no número de casos foi de 45%.

Isso acontece pelo esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) em atender integralmente às demandas desta população. Na capital, por meio da Coordenadoria de IST/Aids, as ações de prevenção são realizadas em dez unidades dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), sendo um deles itinerante, e as ações de tratamento e acompanhamento são realizadas nas 17 unidades de Serviço de Atenção Especializada (SAEs). Nestes equipamentos, os pacientes têm acesso a testes para diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) como HIV, sífilis, clamídia, gonorreia e hepatites B e C, além de consultas e profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP).

Em 2023, foram lançados ainda serviços como a Estação Prevenção Jorge Beloqui, localizada dentro da estação República do Metrô, e o SPrEP, que permite consulta e encaminhamento para as profilaxias para HIV por meio do app e-saúdeSP.

Tarv transformou a realidade dos pacientes com HIV/Aids

A Terapia Antirretroviral (Tarv) é o método que possibilita que pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) possam ter seu sistema imune preservado e não mais transmitirem o vírus por meio de relações sexuais mediante seis meses de redução da carga viral a níveis indetectáveis. Dessa forma, o uso desta terapia medicamentosa reduz as complicações relacionadas às infecções pelo vírus, além da sua transmissão.

No entanto, para melhor eficácia é necessário que o paciente realize a adesão completa ao tratamento e, para isso, a população pode contar com o acolhimento e o acompanhamento das equipes multidisciplinares da rede municipal de saúde. Atualmente, na capital, a Tarv demora de um a três dias para ser iniciada (em 2016 eram 116 dias), e mais de 96% das pessoas vivendo com o possuem carga viral indetectável.

Contudo, a Tarv não é uma proteção contra outras ISTs, por isso é importante que as pessoas procurem por outros métodos de proteção combinada, como os preservativos distribuídos gratuitamente nas 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e em espaços de grande circulação de pessoas como estações de ônibus, metrô, faculdades, bares e casas noturnas. De 2017 até o momento forma distribuídas mais de 450 milhões de preservativos internos e externos na capital.

O que é o HIV

HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da aids, que ataca células específicas do sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+), responsáveis por defender o organismo contra doenças. Ao contrário de outros vírus, como o da gripe, o corpo humano não consegue se livrar do HIV. Ter HIV não significa que a pessoa desenvolverá aids; porém, uma vez infectada, a pessoa viverá com o HIV durante toda sua vida. Não existe vacina ou cura para infecção pelo HIV, mas há tratamento.

Aids no Brasil

No Brasil, o primeiro diagnóstico positivo para HIV ocorreu no ano de 1982, mas a desinformação e o preconceito impediram que ações afirmativas de combate à infecção avançassem com a velocidade necessária. Vale ressaltar que neste período a tecnologia medicamentosa para tratar a Aids ainda estava em estudo, e se consolidou quatro anos mais tarde com a importação do primeiro medicamento para combater a doença, o AZT.

Quando o primeiro caso de transmissão de uma pessoa gestante para o bebê ocorreu no país, em 1985, o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa Brasileiro de Aids para dar suporte às pessoas que conviviam com a doença. Em 1996, por meio da lei nº 9.313, a população que vivia com a infecção recebeu acesso gratuito à medicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O feito foi importante para que outras ações fossem possíveis, e hoje o programa brasileiro é considerado referência mundial no combate ao HIV/Aids.

Saiba mais na página da Coordenadoria de HIV/Aids.