Parque do Carmo completa 45 anos como referência de natureza e lazer na zona leste

Planetário, Viveiro, Museu do Meio Ambiente, Bosques e muitas áreas para atividades esportivas são atrações do espaço

Principal lugar de descanso, lazer, contemplação e conservação ambiental na zona leste da capital, o Parque do Carmo está completando 45 anos de sua criação. Toda a área do parque pertencia ao fazendeiro Oscar Americano. Seus herdeiros venderam o terreno em meados dos anos 1970 para a prefeitura, que fez muitas benfeitorias, como playgrounds, banheiros, churrasqueiras e áreas de descanso, com sua inauguração sendo concretizada no dia 19 de setembro de 1976. Treze anos depois, o espaço foi incluído em uma área de proteção ambiental (APA), criada por uma lei estadual, e desde julho de 2012 passou a se chamar Parque do Carmo – Olavo Egydio Setúbal, em homenagem ao ex-prefeito da capital que criou a área verde durante sua gestão.

O casarão original da fazenda é hoje o Museu do Meio Ambiente, que preserva sua arquitetura colonial. O acervo inclui utensílios indígenas, retratos antigos de São Paulo, quadro da Pedreira de Guaianazes, mapa da Bacia Hidrográfica do Aricanduva e esqueletos de cobras e peixes doados pela Universidade de Guarulhos. Outra atração é o Planetário Professor Acácio Riberi – o mais moderno da América do Sul e um dos principais do mundo, com sala de projeção, teto em forma de cúpula e auditório. Ele é capaz de projetar 9100 estrelas, os planetas do sistema solar, a Via Láctea, galáxias, nebulosas e outros objetos astronômicos.

O Parque do Carmo também abriga tipos diferentes de bosques, como um espaço de leitura e o outro muito conhecido pelas cerejeiras e sua tradicional festa. O evento que ocorre tradicionalmente entre julho e agosto para comemorar a florada de mais de 4 mil cerejeiras não pôde ser realizado neste e no ano passado por causa da pandemia, mas a esperança é que ele volte a acontecer em 2022, como oportunidade para os frequentadores degustarem e apreciarem a gastronomia e tradição japonesa – país onde se cultiva e contempla esta árvore. Os monumentos à imigração japonesa ali instalados são referências culturais da cidade

Dentro do Parque, há também o Viveiro Arthur Etzel, onde se produz mudas de plantas destinadas aos plantios em áreas públicas municipais, como parques, escolas e subprefeituras. Ele também tem como objetivo promover a arborização e o ajardinamento na cidade.

A infraestrutura inclui também a base da Guarda Civil Metropolitana, o estacionamento, o anfiteatro natural, campos de futebol, aparelhos de ginástica, ciclovia, pista de cooper, playgrounds, quiosques, churrasqueiras, redário, sanitários, além da entrada do parque e áreas de circulação. O gramado para piquenique é um importante espaço para cultivar a tranquilidade, assim como os lagos merecem ser apreciados.

A flora e a fauna são bastante ricas. Foram catalogadas 147 espécies vasculares, das quais estão ameaçadas de extinção a canela-amarela, o pau-brasil, o ipê-felpudo, o jequitibá-rosa e o pinheiro-do-paraná. A flora inclui também remanescentes da Mata Atlântica com mata ciliar, campos antrópicos, brejos, áreas ajardinadas, bosques heterogêneos, maciços arbóreos e um cafezal.

A fauna tem impressionante registro de 193 espécies, sendo 164 vertebrados e 29 invertebrados – destacando-se 25 tipos de borboletas. Dentre os répteis, pode-se falar do lagarto florestal, conhecido como papa-vento, e de mamíferos como veado-catingueiro, tatu e preguiça-de-três-dedos. Quanto às aves, destacam-se as aquáticas garças, irerês e ananais. No quesito canto, temos o trinca-ferro-verdadeiro, graúna e o canário-da-terra.