ONU-Habitat capacita servidores municipais e sociedade civil na avaliação de espaços públicos verdes

Iniciativa do ONU-Habitat com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) de São Paulo, Viva o Verde SP, promoveu, entre junho e agosto, as etapas de capacitação da sociedade civil na metodologia de Avaliação de Espaços Públicos da Cidade

Créditos: Divulgação/ONU-Habitat Brasil

Representantes da sociedade civil e servidores da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) participaram, nos últimos dois meses, da primeira fase do projeto Viva o Verde SP, parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) que visa avaliar e propor melhorias para os parques da cidade. A etapa inicial consistiu em reunir e capacitar cidadãs e cidadãos para aplicação de uma das metodologias desenvolvidas pelo ONU-Habitat, a Avaliação de Espaços Públicos da Cidade (City-Wide Public Space Assessment).

A formação com servidores municipais e sociedade civil mobilizou 51 pessoas e teve média de participação de mulheres de 80%, enfatizando o compromisso do projeto com a igualdade de gênero e com o incentivo à participação de mulheres e meninas no planejamento urbano. Além disso, 39% do grupo foi composto por pessoas pretas, pardas e amarelas, e também por pessoas com deficiência.

“Inclusão e acessibilidades são aspectos essenciais das atividades deste projeto, que quer pensar espaços públicos verdes para todos e todas, sem deixar ninguém para trás. As capacitações são uma forma de contribuir para que a sociedade civil não só seja preparada para monitorar e replicar as metodologias do ONU-Habitat, mas contribua para pensar a forma como o próprio Viva o Verde SP direciona seu olhar sobre a cidade”, aponta a Oficial Nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes.

Lentes para ver a cidade – A metodologia de Avaliação de Espaços Públicos da Cidade foi desenvolvida pelo ONU-Habitat para oferecer ferramentas que permitam diagnosticar as principais lacunas e desafios para que a população usufrua de espaços públicos adequadamente. Ela oferece as lentes necessárias e sugere processos para identificar caminhos e realizar melhorias nos espaços públicos. Isso é feito junto a um grupo de referência formado por moradores da região. A avaliação é realizada com a coleta de dados secundários e primários, estes últimos via entrevistas e observação, além do diálogo constante com a comunidade que ocupa o território.

No caso de São Paulo, essa será uma das metodologias adotadas pelo projeto Viva o Verde SP ainda em 2023. A capacitação, portanto, tem como objetivo apresentar os passos de análise dos parques municipais que serão aplicadas nos próximos meses e trocar conhecimento com os participantes para aprofundar a construção de indicadores e dimensões de análise - como, por exemplo, distribuição espacial, governança, acessibilidade e inclusão.

Além do treinamento, discussões realizadas com participantes também fornecerão subsídios para a avaliação de parques que será feita pelo ONU-Habitat nos próximos meses. Foto: Luciane Belin/ONU-Habitat Brasil

O treinamento teve duas etapas: a primeira, conceitual e prática, consistiu na apresentação do método criado pelo Programa Global de Espaços Públicos do ONU-Habitat e suas diferentes aplicações em outras cidades no Brasil e no mundo. Nesta fase, os participantes contribuíram com a construção de indicadores de avaliação e elaboraram coletivamente um formulário de observação. A segunda etapa, em campo, levou os participantes até o Parque Augusta, na área central de São Paulo, para testarem o formulário preparado durante o primeiro momento de capacitação.

Nos treinamentos, o debate foi incentivado, buscando integrar perspectivas distintas sobre o pensar a cidade. Marlene Reis, integrante do Fórum Verde, uma das participantes da capacitação, acredita na importância de preparar a sociedade civil organizada através de atividades como essa. "O processo de capacitação foi construído de uma maneira muito horizontal e colaborativa, e isso enriquece a visão da sociedade a respeito dos parques, porque traz uma visão de vários grupos muito distintos. A capacitação e as propostas de metodologias alternativas trazem uma oxigenação à forma como o gestor público conduz a gestão de parques e isso agrega alternativas que podem ser aplicadas no futuro”.

Participantes aplicaram avaliação dos parques a partir de indicadores formulados na primeira etapa das capacitações. Foto: Luciane Belin/ONU-Habitat Brasil

Para Elisa Nascimento, da Avant Garden, a troca entre agentes também é um dos pontos altos do treinamento, bem como a construção coletiva de informação. "A gente precisa de dados de observação da realidade da capital para ter novas metas de atuação com relação à defesa do verde. As discussões [durante a capacitação] foram amplas e com muita especificidade, vão ser aproveitadas pela cidade, por mim e por quem estiver atuando na área do verde e meio ambiente".

Além da sociedade civil, o Viva o Verde SP também realizou a capacitação de servidoras e servidores municipais. São pessoas que atuam direta ou indiretamente em atividades relacionadas aos parques da capital e cujas funções dialogam com o projeto.  “Essa experiência nos permite uma visão diferenciada dos parques, porque permite entender se e como as políticas desenvolvidas pela Secretaria são aplicadas na ponta, permite ter uma ideia do que o frequentador pensa e precisa, a necessidade de cada um”, comenta Bruna Possacos Seijo da Silva, assessora da divisão de Gestão de Parques Urbanos, que participou do treinamento para servidores.

 

Servidores municipais desenvolveram etapa de campo com aplicação de questionário de observação no parque Aclimação. Foto: Luciane Belin/ONU-Habitat Brasil

Sobre o Viva o Verde SP - A iniciativa Viva o Verde SP é uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o ONU-Habitat que visa contribuir para alcançar a igualdade na distribuição espacial e na acessibilidade das áreas verdes públicas na capital paulista. Um acordo firmado com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), o projeto prevê a realização de uma avaliação geral dos mais de cem parques urbanos da cidade, análises específicas de dez destes equipamentos, além de contribuir em outras esferas, como a elaboração de planos de gestão, a promoção de inovação financeira para a manutenção dos espaços públicos verdes.

O Viva o Verde SP conta com uma equipe do ONU-Habitat atuando junto à SVMA e com um grupo de referência consultivo, formado por representantes da sociedade civil, da academia e de especialistas. Além da capacitação para que servidores e sociedade possam contribuir, monitorar e replicar as metodologias da organização, as atividades do projeto também incluem diferentes níveis de avaliação dos parques, com equipes multidisciplinares e coletas de dados primários e secundários com a aplicação das ferramentas globais do ONU-Habitat de avaliação de espaços públicos.

O projeto adota uma perspectiva interseccional, ou seja, orientada pela igualdade de gênero e promoção da diversidade, e visa fortalecer a ação climática, valorizando a biodiversidade e os biomas locais e contribuindo com a melhoria do ambiente urbano e da saúde da população.

A próxima etapa do projeto será a coleta de dados para a Avaliação de Espaços Públicos da Cidade, que está com vagas abertas para agentes de coleta de informação em campo. Acompanhe as novidades sobre o projeto Viva o Verde SP nas redes sociais do ONU-Habitat, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e da Secretaria de Relações Internacionais.

 

Fonte: ONU-Habitat Brasil

 

 

 

 

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