SVMA apresenta Relatório do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa 2010 – 2018

O inventário contabiliza e reporta emissões no município de São Paulo e traz perspectivas positivas em relação a anos anteriores

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) apresenta o Relatório do Inventário de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Município de São Paulo 2010 – 2018. Os resultados do período 2010 – 2017 foram fundamentais para a elaboração do PlanClima SP. Em dezembro de 2021 foram disponibilizados os resultados do inventário do ano 2018.

 Participação dos setores nas emissões de GEE (acumuladas de 2010 a 2018):

 

Emissões de GEE totais e por setores de emissão relativas ao período 2010 – 2018: 

  
Os dados coletados e o cálculo do Inventário revelam que a maior parte das emissões de gases de efeito estufa no município é proveniente do setor Transporte, principalmente do rodoviário, em decorrência do uso de combustíveis fósseis (especialmente gasolina e diesel).

Nesse setor, destacam-se as altas emissões associadas ao transporte individual motorizado, especialmente por automóveis. A mitigação das emissões de GEE pode ser feita de diversas formas, como, por exemplo, mudança no padrão de desenvolvimento urbano, com a diminuição da distância casa-trabalho, de modo a reduzir a demanda por serviços de transporte, a melhoria do transporte público, a regulamentação de estacionamentos de carga e descarga, etc.

Em segundo lugar vem o setor Energia Estacionária, com aproximadamente um terço das emissões, aquelas oriundas de fontes fixas residenciais, comerciais, institucionais, industriais, etc., como eletrodomésticos, máquinas, equipamentos, que usam eletricidade ou combustíveis como gás natural, gás liquefeito de petróleo, óleo diesel, carvão, etc. Para minimizar impactos causados por esse setor, é necessário que haja uma melhoria na eficiência energética de equipamentos de iluminação, aquecimento de água e ventilação, elevadores, grupos moto-geradores, maquinários, etc., mas também se faz preciso um aperfeiçoamento da arquitetura das edificações, para diminuir o consumo de energia.

No setor Resíduos as emissões ocorrem principalmente nos aterros sanitários e nas estações de tratamento de esgotos. As emissões do resíduo sólido são calculadas seguindo o caminho pelo qual se faz a destinação final, geralmente descartado em aterros sanitários, mas pode ser direcionado para receber tratamento biológico ou incineração.

A realização do Inventário está prevista na Lei nº 14.933/2009, que institui a Política Municipal de Mudança do Clima no Município de São Paulo. Elaborado segundo a metodologia GPC (Protocolo Global para Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa em Escala Comunitária), o resultado foi verificado e validado pela C40 (Grandes Cidades pela Liderança Climática), que atestou o atendimento dos requisitos do Protocolo.

A mudança do clima, causada pela elevação das concentrações de GEE na atmosfera, já impacta a vida em todo o planeta. Nesse sentido, o estabelecimento do Acordo de Paris é um avanço, pois os países, ao assinar esse Acordo, assumiram a responsabilidade para conter o aquecimento global em 1,5 °C até 2100, a fim de minimizar as consequências desse fenômeno. A Prefeitura de São Paulo, através da SVMA, elaborou, com ampla colaboração da sociedade civil, academia e setor empresarial, o Plano de Ação Climática do Município (PlanClima SP), que apresenta 18 ações prioritárias em uma de suas estratégias, aquela mais ligada às emissões de GEE, a “Rumo ao Carbono Zero”.

Elaborado pelo Núcleo de Assessoria Técnica em Mudanças Climáticas da Secretaria, o Inventário é uma importante ferramenta na gestão das questões climáticas, porque possibilita acompanhar a evolução das emissões dos GEE ao longo dos anos, monitorar as principais fontes e identificar oportunidades de redução nas emissões, auxiliando na formulação de políticas.

As crises causadas mundialmente pelos impactos das mudanças climáticas trazem oportunidades que precisam ser aproveitadas para mobilizar estratégias e parcerias no rumo da descarbonização, ao mesmo tempo em que viabilizem prosperidade econômica, sustentabilidade socioambiental e maior equidade social, mesmo frente aos desafios que as mudanças climáticas trazem para São Paulo.