Produtos Piratas: Prefeitura fecha Shopping do Pari

A Prefeitura fechou na manhã desta quarta-feira, 14, o Shopping Pari, localizado na rua Vautier, 234. O Shopping estava completamente irregular, sem alvarás de reforma e funcionamento. Mesmo com as obras em andamento, o local mantinha lojas funcionando, o que coloca em risco a vida dos freqüentadores. As irregularidades resultaram em multa de R$ 2,4 milhões. O Prefeito Gilberto Kassab esteve no imóvel durante a operação de fiscalização e ficou indignado com tamanha irregularidade. O prédio ocupa área de 29 mil m² em uma antiga fábrica de biscoitos e não tinham autorização do Corpo de Bombeiros nem registro para operação dos cinco elevadores existentes. Além das irregularidades nas obras e documentação, agentes da Polícia Federal e do Grupo de Operações Especiais da PM, encontraram vários depósitos com mercadorias contrabandeadas. Os Bombeiros arrombaram os depósitos de estavam repletos de camisetas, bolsas e relógios, equipamentos eletrônicos e até mesmo máquinas de falsificar marcas famosas. O local pertence a Law Kin Chong, famoso contrabandista chinês, preso novamente na tarde de hoje. "Nós queremos pessoas de bem em São Paulo, não esse tipo de gente", afirmou o prefeito. "Não é justo que pessoas paguem impostos para que construamos escolas públicas e possamos pagar os professores, e bandidos que trabalhem com pirataria, produtos roubados e contrabandeados ajam às soltas. São Paulo não quer mais o crime, nem produtos piratas nem contrabandeados", disse Kassab. A fiscalização foi realizada em operação conjunta coordenada pelo secretário municipal de Habitação, Orlando de Almeida Filho, e envolveu a Secretaria Municipal de Transportes, Subprefeitura da Mooca, Contru, Polícia Federal, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Civil Metropolitana. "Existem várias irregularidades. A fiscalização constatou que as obras foram iniciadas sem autorização e que não foram apresentados laudos do Corpo de Bombeiros e documentos referentes ao impacto no trânsito na região", explicou o secretário municipal de Habitação. A ordem de interdição foi recebida pelo advogado da empresa. Os responsáveis pelo local queriam abrigar 2 mil lojas no lugar, sendo 400 com 12 m² e 1.600 com 1,5 metro de frente cada uma. Previu-se a circulação diária de 150 ônibus e de cerca de 600 veículos de lojistas. O prédio não dispõe de infra-estrutura para receber essa quantidade de freqüentadores e como não tinha documentos referentes à prospecção de pólo gerador de tráfego e nem alvarás o local perma- necerá lacrado e interditado. O subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, informou que não há possibilidade do lugar ser autorizado a funcionar, a não ser com decisão judicial. "Nós não apoiamos esse tipo de atividade. A idéia de shoppings populares é interessante, mas não faz sentido tirar o problema da rua e confinar em estabelecimentos que darão continuidade a atividades irregulares", explicou o subprefeito.


Jornal da Habitação n°24