Prefeitura cria nova área de lazer e recreação na Represa Guarapiranga

Uma nova Guarapiranga surge na Zona Sul de São Paulo. Aos poucos, a vasta área de manancial, antes abandonada e ocupada irregularmente, ganha ares de complexo turístico e de eventos. No lugar de casas e estabelecimentos comerciais, surgirão parques e praias que vão proporcionar lazer aos paulistanos. A recuperação deste importante patrimônio da Cidade atrairá competições esportivas, como o Campeonato Estadual de Jet Ski.

Graças a um trabalho integrado entre Secretariais Municipais e Estaduais já há dois anos e meio, a Represa de Guarapiranga aos poucos se transforma num dos principais pólos de lazer da Cidade. O programa de recuperação da Guarapiranga envolve a criação de parques e praias - até o final do ano, a expectativa é de que 2 milhões de metros quadrados sejam transformados em parques e praias. Para isso, a administração municipal fará desapropriações, projetos de urbanização e despoluição de córregos que deságuam na Guarapiranga.

Um desses projetos, da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, é conhecido como Praia da Lola (que se chamará Avenida Atlântica) e envolve área de 4.800 m². Todo o trabalho gira em torno da necessidade de se fazer uso sustentado de área de manancial. Nesta primeira etapa, estão sendo investidos R$ 44 milhões (recursos da Prefeitura e da Sabesp) na revitalização da área.

"Isso começou com a retomada pela Prefeitura e o Governo do Estado de um programa em defesa dos mananciais. Essa região estava abandonada, vítima de um urbanismo predatório, ocupações ilegais, sem possibilidade de ocupações sustentáveis. Esta é a maior operação integrada, intersetorial, que a Prefeitura mantém com o Governo do Estado, em toda a Cidade", afirmou Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente.

Diversas ações já foram executadas, e não apenas nas margens da Guarapiranga. A Prefeitura concluiu e entregou no último final de semana, por exemplo, a urbanização da Favela Jardim Iporanga/Esmeralda, que fica na mesma região da represa. As obras previram a canalização do córrego Iporanga e a recuperação da sua nascente. O Iporanga é afluente do Ribeirão das Pedras, que deságua na Guarapiranga. Com essa canalização, menos água poluída seguirá para a represa. Em ritmo intenso, a Secretaria Municipal de Habitação já aplicou em obras de urbanização de favelas mais de R$ 200 milhões.

Toda a operação para recuperar a Guarapiranga envolve cerca de 21 projetos, de acordo com informações da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. Fazem parte da Operação Defesa das Águas. São intervenções que envolvem desapropriações em áreas de risco, regularização de imóveis, criação de parques e praias. Em 18 meses, três praias urbanas e cinco parques deverão ser entregues no entorno da represa, região que abrange as Subprefeituras de Capela do Socorro e Parelheiros, onde 1 milhão de pessoas não dispõe de locais públicos de lazer.

As desapropriações que possibilitam o renascimento da represa não visam somente a construção de unidades residenciais. Muitos empreendimentos comerciais erguidos em áreas de proteção ambiental ao longo da orla da Guarapiranga foram demolidos total ou parcialmente. A Prefeitura também criou a Guarda Ambiental do Município, que hoje conta com 200 homens. Existe uma delegacia do meio ambiente e de um núcleo da Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

"É um trabalho integrado para transformar a represa de Guarapiranga, até então abandonada. Vamos unir meio ambiente, lazer, esporte e recreação numa área que é definitivamente a nova praia de São Paulo", definiu o secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Walter Feldman.

Outras duas ações importantes na Guarapiranga são a reforma das calçadas, com a colocação de pisos intertravados e instalação de rampas de acesso para facilitar a circulação de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, além da substituição de muros por gradis em áreas públicas, para permitir a visualização da represa.

No último domingo (2), por exemplo, a Prefeitura inaugurou a Arena de Esportes Guarapiranga, projetada para atividades na areia como beach soccer e vôlei de praia. Na estréia, atores e jogadores profissionais do vôlei de praia, como Ricardo e Emanuel, entraram em cena para incentivar a prática de esportes na Guarapiranga.

No mesmo dia em que a Guarapiranga ganhou este equipamento esportivo, as águas da represa eram agitadas pela etapa inicial do Campeonato Estadual de Jet Ski, o que atraiu bom número de visitantes. "Nós estamos resgatando um sonho que é não só o da população da região, mas também de toda a Cidade de São Paulo. A Guarapiranga é hoje a região mais bonita da Cidade, embora a maioria da população não a conhece. A represa vai ser devolvida como área pública para toda a população", disse o subprefeito de Capela do Socorro, Valdir Ferreira, um entusiasta da recuperação da represa.

 

"A Cidade ganhou um importante equipamento público. A represa volta a ser o que era há algumas décadas atrás. Um lugar de lazer, de esporte. Isso mostra que quando a gente acredita numa idéia, as coisas acontecem", afirmou Kassab. "A Cidade de São Paulo vai conseguir recuperar as margens da Guarapiranga para atividades de lazer", concluiu o prefeito de São Paulo.

 

Novos parques lineares:


Castelo/Ribeirão Dutra
R. Zeferino Borges Barreto/ Av. Robert Kennedy
Área: 60.000 m2
Subprefeitura: Capela do Socorro
 

Ribeirão Caulim
Estrada do Campo Baixo/ Estrada J. Roschel Rodrigues/Av. Senador Teotônio Vilela/Av. Sadamu Inoue
Área: 2.500.000 m2
Subprefeitura: Capela do Socorro e Parelheiros


Cocaia
Bacia da Represa Billings
Área: 1.048.756,60 m2
Subprefeitura: Capela do Socorro


Feitiço da Vila
R. Feitiço da Vila/ R. Leônidas Busi/ R. Carolina do Norte
Área: 27.759,96 m2
Subprefeitura: Campo Limpo


Av. Beckerman
Área: 33.000 m2
Subprefeitura: Campo Limpo