Jardim Iporanga/Esmeralda: Favela vira bairro, 4 mil famílias são atendidas

Localizado em área de manancial, região de grande importância para o abastecimento de água da cidade, o núcleo Iporanga/Esmeralda deixa de ser uma favela e passa a ser um bairro com toda a infra-estrutura necessária para dar às famílias que ali vivem uma melhor qualidade de vida.

Iniciadas em 1996, as obras de recuperação das bacias Guarapiranga e Billings ganham hoje uma relevância maior. Muito antes de a questão ambiental ser transformada em uma das principais preocupações mundiais, a Prefeitura de São Paulo já se empenhava na recuperação das bacias.

A ocupação desordenada e irregular da região colocou em risco o abastecimento de água da capital, provindo das represas. O ritmo da ocupação e da degradação ambiental era mais rápido que as obras de recuperação. Aliada a fatores sócio econômicos danosos, a ocupação da região cresceu exponencialmente.

Ao detectar a necessidade dessa recuperação, a Secretaria Municipal de Habitação começou as obras de recuperação das bacias ao mesmo tempo que fornecia às pessoas que lá viviam melhores condições de vida.

Ao entender que a remoção as famílias era algo impossível de ser viabilizado (mais de um milhão de pessoas moram, trabalham e estudam na região) a SEHAB optou por um plano de ação de auto-sustentabilidade, quando essa idéia nem existia e sustentabilidade não era um qualificativo.

Então, como recuperar uma região sem remover as pessoas que ali vivem? A ação se baseou em quatro pilares que se interligam na promoção do sucesso da empreitada: recuperação ambiental, implantação de infra-estrutura, remoção de moradias precárias de locais onde essas moradias não poderiam se instalar e construção de novas unidades onde fossem possíveis e necessárias para abrigar as famílias removidas.

E é justamente aí que entram as obras do Jardim Iporanga/Esmeralda. Foram 153.223m² de área que receberam obras de infra-estrutura da Prefeitura apenas nos últimos três anos. E mais: foram plantadas 300 árvores pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente, em uma ação conjunta com a Secretaria de Habitação. O córrego Iporanga foi recuperado e canalizado. Ao longo de suas margens, agora recuperadas e com desenho paisagístico, foram instalados equipamentos de ginástica e também construídas quadras poliesportivas e playground.

 

Sendo o córrego Iporanga um afluente do Ribeirão das Pedras, e este um dos principais contribuintes da Guarapiranga, a água que agora vai para a represa está limpa e os moradores não terão mais de conviver com o cheiro de esgoto.

Desde o início das obras, ainda na primeira fase do Programa Mananciais iniciada em 1996, foram construídas 369 unidades. Destas, 142, que serão entregues agora, foram erguidas entre 2005 e 2007, juntamente com toda a obra que tem então sua finalização.

Este é um aspecto fundamental da recuperação e preservação dessas áreas. Ao ter locais de lazer e esportivos, a população residente cuida não só de suas casas, mas da região, impedindo nova invasão e sua conseqüente degradação.

São mais de 4 mil famílias que se beneficiam agora com essas obras.

Para se ter uma idéia da obra realizada nos últimos três anos, basta dizer que foram feitos: 354m de drenagem, 691m de canalização de córrego, 2.546m de rede de esgoto, 2.219m de rede de água, 1.456m de guias e sarjetas: 2.506m² de pavimentação, 7.038 m² de calçadas e escadarias, 934m de obras de contenção, construção de 142 unidades habitacionais, implantação de parque linear com duas quadras poliesportivas e playground, além da construção de um Centro Comunitário de 300m².

A obra do Jardim Iporanga/Esmeralda é um modelo de sustentabilidade não só para a cidade de São Paulo, mas para outras capitais mundiais que enfrentam problemas semelhantes de ocupação desordenada do solo.

O Jardim Iporanga/Esmeralda conta ainda com outros equipamentos públicos municipais tais como um posto policial (85ª), Escola Mademoiselle Perrilier, EMEI Luís Travatis, Unidade Básica de Saúde, além de estar localizada próxima a sede da Universidade Santo Amaro – Osec, o que sem dúvida é um ganho para a população residente.