Paraisópolis: Projeto de Urbanização de Paraisópolis é objeto de estudos da Columbia University

O SlumLab – Sustainable Living Urban Model Lab (Laboratório das Favelas – Laboratório Modelo para a Vida Urbana Sustentável), centro de pesquisas e estudos interdisciplinares que atua em cooperação com a Universidade Columbia de Arquitetura, em Nova York, dedicou a última edição de seu jornal à experiência realizada com o Programa de Urbanização de Favelas de Paraisópolis, da Secretaria Municipal de Habitação. A publicação, com 32 páginas e grande acervo fotográfico, é produto do recente período em que sete mestrandos de Arquitetura do SlumLab estiveram em São Paulo para conhecer de perto as obras de urbanização de Paraisópolis.

Aqui, tiveram a assessoria de Elisabete França (superintendente de Habi) e Teresa Diniz, arquiteta responsável pelo programa da segunda maior favela da América Latina, com 80 mil habitantes. Como trabalho conclusivo do curso, cada um dos visitantes desenvolveu seu próprio projeto de urbanização para a área, que teve como última etapa a montagem de uma grande exposição dos projetos criados na Columbia University, para a qual França e Diniz foram convidadas de honra.

Como centro de pesquisa dos problemas de moradia das populações pobres e as pressões que essas camadas exercem nas metrópoles, o SlumLab tem suas ações focadas na busca por soluções urbanas sem perder atenção do contexto social e cultural de cada área estudada. Não por acaso, Alfredo Brillembourg e Hubert Klumpner, arquitetos responsáveis pelo editorial do jornal em questão começam seu texto dizendo: “Esqueça a Utopia, esse é um despacho das trincheiras do Sul – Blade Runner dos trópicos. (...) Uma especulação sobre o futuro da cidade como uma vasta favela em modernização”. E como fórum de experiências e debates dessas questões, ganha maior relevância o fato de que a maioria dos pós-graduandos do curso é formada por estrangeiros - dos sete, apenas um é americano. Teresa Diniz cita a curiosidade dos arquitetos em compreenderem o porquê das soluções urbanísticas apresentadas nos projetos de SEHAB. Por exemplo, querem entender o problema da regularização fundiária, a dinâmica do crescimento das famílias das favelas, a forma como preservam os laços entre si na medida em que todos moram juntos ou muito próximos, fato que se reflete no tipo de habitação, originando os conhecidos “puxadinhos” para abrigarem novos membros, novas ramificações familiares.

Em resposta a esse dado cultural, Evangelia Marouli, uma das graduandas, desenvolveu um projeto levando em conta a constante mutação das habitações em função dessa necessidade de adaptação para novos membros. Sem comprometer a vida, paisagem e as funções espaciais ela propõe a criação de unidades pré-fabricadas preparadas para receber novos acréscimos à estrutura básica. Uma lógica que atende ao modo de vida das famílias sem interferir na forma como usam o espaço. Para celebrar a parceria SEHAB – Columbia – SlimLab, ficou programada uma exposição em São Paulo, para o final de agosto, no hall de entrada da sede da Prefeitura; além disso, está em progresso acertos para a publicação de um livro. Sem dúvida, uma fonte preciosa de estudos e soluções para a habitação popular.

Para mais informações acesse o site: www.slumlab.org

Jornal da Habitação N°50