Sehab e ONG Sou da Paz se unem para diminuir a violência entre jovens

Projeto Praças da Paz começa a ser implantada em 8 comunidades carentes

Por Paulo Kehdi

A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) firmou convênio semana passada com o Instituto Sou da Paz, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) sediada em São Paulo que desde 1999 trabalha pela prevenção da violência. A parceria visa implementar em assentamentos precários o projeto Praças da Paz, criado pela OSCIP em 2003 e patrocinado pela SulAmérica, que busca a recuperação de espaços ociosos ou que foram ocupados pela marginalidade em comunidades carentes. Os locais, depois de recuperados, vão atender a população local com atividades culturais, esportivas e de lazer. O Instituto já consolidou o projeto em duas praças, no Campo Limpo e no Jardim Ângela, e mais três – Brasilândia, Lajeado e uma segunda no Jardim Ângela – encontram-se em fase de implantação.

O Praças da Paz será posto em prática em oito áreas, que foram sugeridas pelas cinco divisões regionais da Superintendência de Habitação Popular (Habi) da Sehab: Vergueirinho, Mastroroza Vitotonia (Leste), Nova Jaguaré (Oeste), Haia do Carrão, Santo Eduardo (Sudeste), Jardim Irene, Jardim Olinda e Paraisópolis (Sul). “Cada divisão escolheu mais de uma área e submetemos a apreciação da SulAmérica. Prevaleceu na escolha a proximidade das comunidades com os escritórios da empresa, isso porque a SulAmérica quer que seus funcionários conheçam os projetos sociais na qual ela está envolvida. Concordamos que essas localidades são realmente as mais indicadas, considerando-se o perfil do projeto”, diz Nancy Cavallete, diretora da Habi 2, a divisão social da Habi.

Para o desenvolvimento de espaços públicos seguros de convivência e participação comunitária, o Instituto e a Sehab irão trabalhar juntos. A metodologia é toda do Sou da Paz e passa por várias etapas. Treinamento das equipes sociais da Habi, diagnóstico da comunidade, envolvimento de lideranças locais, projeto pensado em conjunto com a população por meio de assembléias, estímulo de participação na reforma, consolidação da ocupação do espaço e, por fim, a criação de Fundos de Gestão Comunitária, para dar autonomia na geração e gestão dos recursos, além de sustentabilidade ao projeto.

A Sehab entra com a experiência na atuação em favelas, sugerindo adaptações necessárias, e fica responsável pela manutenção das praças, junto com a população local. Também buscará articulações com projetos sociais, com a subprefeitura local e outras secretarias. “É uma oportunidade única de apropriação de conhecimento. O Praças da Paz apresenta resultados práticos muito bons e nossa intenção é replicá-lo para outras áreas”, afirma Nancy, e completa: “O interessante é perceber que o próprio entorno muda, física e socialmente. O poder público sai fortalecido, contribuindo para soluções que acabem com a violência, principalmente com relação aos jovens”.