As aulas acontecem na sede da Incubadora de Projetos Autofinanciados, no bairro do Cambuci. A Secretaria Participação e Parceria, idealizadora do projeto, contou com o apoio da Fundação Fundetec e das Secretarias do Trabalho e de Assistência e Desenvolvimento Social através do projeto Nós do Centro e com patrocínio da Microsoft e da Planac Informática para desenvolver o projeto.
Essa turma conta com dois grupos de 60 alunos. Um na parte da manhã e outro na parte da tarde. Eles recebem uma bolsa-auxílio mensal de R$ 240,64 para completarem o curso, que dura seis meses e tem carga-horária de 400 horas. Os jovens possuem entre 16 e 20 anos e todos precisam ser moradores da cidade de São Paulo.
A primeira etapa do curso já foi concluída, que é uma introdução de português e matemática. Essa fase é importante para que haja um nivelamento de conhecimento de todos os alunos.
Os jovens se profissionalizarão na área de tecnologia com reciclagem de computadores. Para Evanilson do Espírito Santo, um dos alunos que freqüentam o curso, a expectativa é grande e os planos maiores ainda. “Eu queria muito fazer um curso desse tipo, para saber mexer bastante em computadores. Até procurei escolas pagas, mas aí um amigo meu me contou desse curso e eu vim direto. Tenho certeza que essa é a porta de entrada para minha vida universitária, é o começo da minha formação profissional, quero ser médico”, contou o aluno.
Antônio Carlos Grecco, um dos professores do curso, contou que cada turma consegue concertar por volta de 180 computadores. Uma parte deles é doada para instituições públicas e outra parte fica a venda. Alguns deles os próprios alunos que os consertam acabam comprando. “Esse curso é muito legal, dou aula aqui desde o começo e consigo ver o crescimento de cada aluno. É muito gratificante. Aqui eu achei meu encaixe profissional. Muitas vezes os alunos, no decorrer do curso, são convidados para trabalhar em algum lugar e isso é muito importante para eles. A convivência entre professores e alunos acaba sendo essencial, tanto para nós professores, quanto para eles, é um aprendizado mútuo”, declarou Antônio.
Por ano, aproximadamente 4 milhões de novos PCs entram em operação no Brasil. Quando não são reutilizados, os computadores viram lixo tecnológico, que pode contaminar o solo, rios e lençóis subterrâneos devido a sua alta concentração de metais pesados. Por isso a iniciativa também traz benefícios para o meio-ambiente