Convidados comentam filmes sobre circo

A cineasta Suzana Amaral, a escritora Maria Augusta Fonseca, a atriz e diretora Maria Alice Vergueiro e José Mojica Marins, o Zé do Caixão, participam do projeto, a partir do dia 9, no Cine Olido

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O Centro de Memória do Circo exibe, no Cine Olido, uma mostra de filmes sobre as artes circenses. Após as sessões, marcadas às 18h30, convidados comentam as produções.

Dia 9, é apresentado o longa Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade. Baseado na obra homônima de Mário de Andrade, o trabalho é analisado pela escritora e professora da USP, Maria Augusta Fonseca.

Dia 16, a cineasta Suzana Amaral apresenta Sua majestade, Piolin, e depois conversa com o público. No documentário, Suzana conta a história de Abelardo Pinto, o célebre palhaço Piolin, narrada por ele mesmo. O artista fala sobre a carreira circense e sobre seu relacionamento com os modernistas, e apresenta um número com o palhaço Tony. O curta é o segundo trabalho da diretora, e foi realizado quando ela ainda cursava cinema na ECA/USP, em 1971.

A atriz e diretora teatral Maria Alice Vergueiro, que se tornou conhecida pela nova geração por meio do vídeo Tapa na pantera, fala, dia 22,sobre o polêmico Santa sangre, de Alejandro Jodorowsky. No longa, Fenix é filho de um atirador de facas de circo e de uma malabarista que é religiosa fanática. Depois de vivenciar diversas situações traumatizantes, o rapaz é internado em um hospício no qual passa alguns anos. Jodorowsky é o tipo de cineasta que não se importa com a reação crítica do público, portanto, não economiza “sangue” em cenas repletas de corpos mutilados. O diretor chileno é conhecido por seu trabalho transgressor e pela mistura de símbolos místicos e imagens surreais que apresenta em sua obra.

José Mojica Marins, autor do célebre personagem Zé do Caixão, comenta, dia 30, O profeta da fome, de Maurício Capovilla. Integrante do Cinema Novo, a produção conta a história do faquir Ali Khan, interpretado por Mojica, que trabalha em um circo decadente. Depois de um incêndio, ele e sua mulher seguem para uma cidade e apresentam o número chocante de um crucificado vivo. O artista é preso e, na cadeia, descobre a chave para o sucesso: fazer jejum.

A ideia para a realização do longa surgiu a partir do ensaio A estética da fome, de Glauber Rocha. Nesse manifesto, o diretor baiano afirmava que os filmes deveriam ser brutais e agitados a fim de causar uma reflexão sobre a violência social.

Confira a programação completa

Serviço: Cine Olido - Galeria Olido. Av. São João, 473. Centro. Tel.: 3331-8399. 5ª ou 6ª, 18h30. 10 anos. Grátis