Primeiro texto da autora, o espetáculo, que investiga o universo feminino, foi escrito apenas em duas madrugadas. “Em 2006, o ator Marcelo Médici me disse que eu deveria fazer uma leitura somente com atores. Fizemos essa experiência, com resultado excelente. Paulo Autran, meu amigo de quase duas décadas, supervisionou o encontro”, conta Célia. “Na época, ele disse que José Possi Neto, que assistiu à leitura entusiasmado, seria a pessoa perfeita para dirigir a montagem”. E, profeticamente, foi o que ocorreu. Há dois anos e meio ele dirige os atores Leopoldo Pacheco, Elias Andreato, Romis Ferreira e Cláudio Fontana, substituído atualmente por Eucir de Souza.
No texto, Débora e Olívia, ambas com 40 anos; Fram, com 50; e Sara, com 35; são amigas de personalidades fortes e distintas que se encontram em uma tarde de sábado para uma conversa irônica e repleta de dissimulações sobre a convivência de tantos anos.
No papel de Fram, Elias Andreato provoca gargalhadas na platéia representando a ninfomaníaca, louca por “abdomens masculinos”, que quer aparentar ter 30 anos, bebe compulsivamente e fala palavrão quando está sozinha. “Esta composição é uma mistura de mulheres que conheço. Como algumas delas são atrizes, o personagem ganha essa projeção toda”, diz Andreato. O ator conta que descobriu seu lado cômico nesta peça. “Ela é um marco na minha vida profissional. Espero que o público entenda que rir e se emocionar no teatro podem ser experiências inesquecíveis.”
A trilha sonora foi especialmente composta por Miguel Briamonte. As intervenções, ao vivo, do pianista Jonatan Harold conferem o tom dramático das cenas.
Serviço: Teatro João Caetano. 436 lugares. Rua Borges Lagoa, 650 - Vila Clementino. Zona Sul. Tel. 5573-3774. Próximo da estação Santa Cruz do metrô. De 13/11 a 20/12. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. De 13 a 15. Grátis. De 20/11 a 20/12. R$ 20.