Secretário da Igualdade Racial conversa com representantes do Funk

Mais de 100 jovens representando o movimento funk de Perus ouviram atentos as propostas da prefeitura para desmistificar a imagem discriminatória do ritmo

No dia 13 de janeiro, o Secretário Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Antonio Pinto, recebeu um grupo de aproximadamente 100 jovens, representando o movimento funk de Perus. O encontro aconteceu no auditório da subprefeitura e marcou um passo importante para acabar com o “incômodo” que os “pancadões” causam à população, através de um projeto de incentivo à organização dos eventos.

O Projeto Funk Legal, como foi batizado, tem como proposta unir os 13 fluxos existentes no momento, nos distritos Perus e Anhanguera. Para isso, as lideranças de cada fluxo irão formar um grupo representativo para dialogar com a prefeitura e se adaptarem às regras que têm por objetivo desmistificar a imagem discriminatória do ritmo.

Conforme explicou o secretário, um movimento que consegue reunir mais de 1,5 milhão de pessoas em diversos eventos semanais realizados em toda a capital, não pode ser tratado desapercebidamente. “Quando assumi a secretaria o prefeito me incumbiu de encontrar uma solução para as constantes reclamações da população e transformar os pancadões em atividades organizadas. Desde então, estamos desenvolvendo um Projeto que já vem dando certo no Capão Redondo, o qual pretendemos estender a todas as regiões da capital”.

Através de uma direção conjunta entre as Secretarias Municipais da Igualdade Racial, do Trabalho e Empreendedorismo, de Políticas para as Mulheres, e da Cultura; a proposta visa encontrar um local fixo na região para realização dos eventos que deverão acontecer uma vez a cada 15 dias. Em contraproposta o poder público municipal oferecerá cursos de formação através do Pronatec, realização de workshops com artistas, concursos com premiação de incentivo a elaboração de letras que valorize a imagem feminina, patrocínio de empresas e parcerias com casas de shows, a fim de que, após as 22h, o evento saia do espaço aberto e se limite ao espaço fechado.

Para que todo esse empreendimento aconteça, o secretario afirmou que se faz necessário haver união e confiança e lembrou que no início do século passado, um movimento de sambistas que surgia em São Paulo, também era mal visto pela sociedade, até que se uniram e com o apoio do governo da época, tiveram incentivos para formar as primeiras escolas de samba. Hoje, o movimento não só é reconhecido pela população, como valorizado como uma das principais manifestações culturais do país.


Cesar Gonçalves