Programa de Proteção ao Pedestre completa um ano

Balanço divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Transportes aponta redução de 10% nas mortes por atropelamento na capital

O Programa de Proteção ao Pedestre, que compreende uma série de ações de cunho educativo para a travessia segura, completa seu primeiro ano com uma redução de 38% nas mortes por atropelamento na Zona Máxima de Proteção ao Pedestre e de 10% na cidade. O balanço foi divulgado nesta manhã pela Secretaria Municipal de Transportes em evento na sede da prefeitura, região central.

 

Lançado em 11 de maio de 2011, o Programa de Proteção ao Pedestre foi levado inicialmente para o Centro e à região da Avenida Paulista. O programa está sendo expandido e intensificado em 14 vias periféricas da cidade onde se registrou um número alto de atropelamentos, como as avenidas Sapopemba e Jacu-Pêssego.

 

Os números do balanço compreendem o período de 11 de maio do ano anterior ao último dia do mês de fevereiro de 2008, 2009, 2010 e 2011 até 29 de fevereiro de 2012. Entre 11/05/2008 e 28/02/2009, na área central da cidade, houve 27 óbitos de pedestres; de 11/05/2009 a 28/02/2010, foram 28 mortes; de 11/05/2010 a 28/02/2011, 34 ocorrências foram contadas e, finalmente, de 11/05/2011 até 29/02/2012 houve registro de 21 mortes de passantes na Região Central.

 

 

Este balanço confirma a tendência de diminuição na soma dos óbitos de pedestres, corroborando o êxito do Programa empreendido pela Administração Municipal para marcar o advento da Década de Ação para a Segurança Viária estabelecida pela Assembleia Geral da ONU. Todas as análises fazem analogias com épocas anteriores ao lançamento da Campanha e usam, fundamentalmente, a mesma metodologia: o cruzamento de dados de mortes com base nas anotações registradas pelo Instituto Médico Legal (IML) e boletins de ocorrência de acidentes de trânsito cadastrados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, através da Polícia Civil.

 

Atropelamentos também diminuem

 

A CET também pesquisou o número de atropelamentos ocorridos na região central (ZMPP Centro/Paulista) e no Município de São Paulo e concluiu que, tal como se verificou com as mortes de pedestres, a quantidade de atropelamentos também diminuiu. De acordo com este balanço, os atropelamentos tiveram redução de 22,8% no Centro e de 8,2% na Cidade. As estatísticas se referem ao período de 11 de maio a 31 de dezembro de 2008, 2009, 2010 e 2011.

 

Para reduzir as mortes por atropelamentos, o Programa de Proteção ao Pedestre trabalha na mudança de comportamento de todos os atores do trânsito quanto ao respeito à faixa de segurança e prioridade à vida. Esse trabalho se reflete na diminuição gradativa dos atropelamentos registrados na capital paulista: em 2010, de 11 de maio a 31 de dezembro, São Paulo teve 4.647 atropelamentos contra 4.263 no mesmo intervalo de 2011. Uma baixa de 8,2%.

 

Novas ações educativas

 

As ações educativas implantadas na cidade envolvem diversas atividades como o serviço em campo prestado pelos 800 orientadores de travessia, a veiculação constante de spots publicitários na mídia televisiva e radiofônica e, ainda, a parceria com outras instituições como o Metrô de São Paulo, os 45 Centros Educacionais Unificados (CEUs), a AACD (Associação de Assistência à Criança com Deficiência), a TAM, entre outras.

 

O Homem-Faixa, personagem símbolo da campanha, e o orientador de travessia vão conversar diretamente com os pedestres, ensinando-os a conduta ideal de travessia segura. Essa atividade específica visa difundir o gesto do pedestre e nasceu após os resultados colhidos por uma pesquisa qualitativa de percepção, produzida pela CET no início de abril. Em suma, essa pesquisa mostrou como a postura do pedestre influencia o respeito (ou não) do motorista.

 

Ao visualizar o pedestre, o condutor afirmou ter dúvidas se ele, pedestre, realmente deseja atravessar a via, daí o investimento atual na propagação do gesto do pedestre. Homem-Faixa e orientadores ensinarão uma postura mais assertiva para o pedestre: quando este desejar atravessar, ele deve se posicionar na calçada, em frente a uma faixa de segurança (quando houver) deixando claro sua intenção - fazer contato visual com o motorista, sinalizar com o braço, olhar para os dois lados da rua para certificar-se de que é seguro atravessar (conferir se os veículos pararam) e, aí então, realizar a travessia.

 

As intervenções ocorrerão sempre em dois dias úteis por semana (segundas e sextas-feiras) e terão duração diária de quatro horas em um ponto da Cidade, das 10 às 14 horas. Para lembrar o pedestre de fazer o gesto de mão, o Homem-Faixa e os orientadores vestirão “mãozinhas amarelas”.

 

Além dessas performances, o Homem-Faixa continuará visitando os CEUs, nas terças e quartas-feiras. A visita aos CEUs acontece desde o final do ano passado. Com ela, os conceitos de travessia segura são levados ao conhecimento da comunidade escolar por meio da encenação de uma peça teatral. Nessa peça, uma dupla de crianças tem que desvendar o mistério do desaparecimento da faixa de pedestres. O Homem-Faixa também participa e, ao final, há uma gincana com a platéia para fixação dos conceitos.

 

Fiscalização intensiva totaliza quase 200 mil autuações

 

Ainda no esforço de criar a cultura do respeito a quem anda a pé pelas ruas e avenidas da maior metrópole brasileira, a Prefeitura de São Paulo vem, desde agosto de 2011, reforçando a fiscalização das infrações relacionadas a não-preferência do pedestre na faixa de travessia. O balanço de multas totaliza 194.410 autuações aplicadas pelos agentes da CET, de 08 de agosto de 2011 a 27 de abril de 2012.