A Prefeitura de São Paulo disponibiliza tratamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) quando o uso de drogas nocivas gera consequências negativas em diferentes campos da vida de uma pessoa, como problemas de saúde, dificuldades no trabalho ou estudos, perda do interesse em atividades que eram prazerosas, problemas financeiros, conflitos nos relacionamentos, dificuldades na realização das tarefas cotidianas e no autocuidado.
Além das UBSs, entre os serviços disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde, estão os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) especializados em Álcool e Drogas (CAPS AD) e no atendimento ao público infantojuvenil (CAPS IJ). Esses equipamentos funcionam em regime de portas abertas, sem necessidade de encaminhamento médico, e oferecem tratamento multiprofissional com psiquiatras, clínico geral, psicólogos, e outros profissionais especializados.
Os CAPS da capital oferecem tratamentos e acompanhamentos nos casos de vício em substâncias legais, como as bebidas alcoólicas, o cigarro e os remédios controlados usados sem receita médica; ou ilegais, que incluem canabinóides, cocaína, heroína e crack. Os números mostram um aumento do número de tratamentos no país. Somente em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos de pessoas com transtornos psicológicos e comportamentais devido ao uso excessivo de drogas e álcool no país. Esse dado mostra um aumento de 12,4% em relação a 2020, que teve 365 mil registros, segundo um levantamento do Ministério da Saúde.
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Como funciona o atendimento e abordagem na rede municipal de saúde?
Onde procurar ajuda?
Ao perceber que está com problemas causados pelo consumo nocivo de drogas, busque a UBS de referência e avalie a condição atual de saúde em busca de opções de um tratamento mais eficaz. Para a população adulta, é orientado o CAPS AD.
Em casos que envolvam crianças ou adolescentes com menos de 18 anos, o CAPS IJ se encarrega de avaliar a gravidade do caso e começar a formular as estratégias de cuidado para tratar esses jovens o mais rápido possível.
Confira os endereços das unidades aqui.
Onde procurar ajuda para um (a) familiar, amigo (a) ou conhecido (a)?
Procure o CAPS mais próximo de onde a pessoa vive e discuta a situação com a equipe multiprofissional no acolhimento, neste momento serão elaboradas as melhores estratégias de abordagem do caso.
Como funciona a internação psiquiátrica para usuários de álcool e drogas?
Em situações de crise, assim como para qualquer situação de sofrimento psíquico extremo, a internação hospitalar é um recurso possível a ser considerado. Existem três modelos de internação psiquiátrica, definidos pela Lei nº 10.216/2001:
- voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
- involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro em situações de risco extremo;
- internação compulsória: aquela determinada pela Justiça em situações de risco extremo.
Saiba mais em: Nota Técnica 08/2023
Mortes e internações por uso de álcool crescem entre mulheres
O relatório "Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2023", elaborado pelo Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool (Cisa), mostra que as mulheres estão consumindo mais bebida alcoólica no país, contribuindo para o aumento nos índices relacionados ao vício.
Entre 2010 e 2021, foi registrado um aumento de 7,5% no número de mortes e 5% nas internações relacionadas ao consumo abusivo de álcool quando comparadas as taxas por 100 mil habitantes. Nesse mesmo período, a faixa etária de mulheres acima de 55 anos passou a representar a maior parte das internações. Esse grupo contribuiu ainda para mais de 40% dos óbitos relacionados ao vício. Em 2010, este percentual foi de 42%, com crescimento anual consistente, atingindo 54% em 2021, segundo o relatório.
Ainda há preconceito contra as mulheres usuárias de álcool e outras drogas. Portanto, no SUS é necessário desenvolver iniciativas para atendê-las de forma humanizada, como exemplo o trabalho desenvolvido pelo CAPS AD Vila Madalena – Prosam, que formula Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) especialmente orientados para as necessidades do público feminino, com mulheres terapeutas da equipe multiprofissional coordenando atividades para aumentar a adesão e permanência no serviço de reabilitação psicossocial.
Unidades de Acolhimento (UA)
A rede municipal conta também com as Unidades de Acolhimento (UA), que são moradias provisórias, por até seis meses, destinadas aos usuários que estejam em tratamento nos CAPS AD. Os usuários acolhidos neste serviço contam com cuidados integrais em saúde, tem como principal objetivo de seu PTS o resgate da autonomia e o tratamento para o uso abusivo ou dependência de substâncias psicoativas. A maior parte dos casos apresenta rompimento com o convívio familiar, vivenciam situações de risco ou vulnerabilidade em seus locais de moradia.