Programa de Regularização Fundiária beneficia 10.000 famílias da zona leste

Em evento neste sábado (15), na Arena Corinthians, 2.000 famílias de loteamentos em áreas públicas receberam títulos de concessão, e outras 8.000 famílias de terrenos particulares ganharam segurança jurídica para permanecerem nos locais

Cerca de 8.000 pessoas compareceram na manhã deste sábado (15) na Arena Corinthians, em Itaquera, e praticamente lotaram o anel inferior do estádio, mas o motivo não foi uma partida de futebol do clube paulista da zona leste. Por meio do Programa de Regularização Fundiária, a Prefeitura de São Paulo entregou a documentação necessária para dar segurança jurídica para cerca de 10.000 famílias que ocupam, em alguns casos, há quase 20 anos, áreas públicas e particulares na zona leste.

Entre os beneficiados estão cerca 2.000 famílias, que receberam seus títulos de propriedade de oito loteamentos públicos – Jardim Nazaré, Barão Carl Du Prel, Goiti, João Batista Nogueira, Morro do Macaco, Galileu Gaia, Nova Tereza e Jardim da Conquista/Carrãozinho. Outras 8.000 mil famílias que moram em loteamentos particulares estão com as regularizações fundiárias das suas 21 áreas adiantadas e receberam os informativos com as etapas já cumpridas e os próximos passos. Os documentos garantem para as famílias o direito constitucional a moradia e afasta a possibilidade de que elas sejam alvo de, por exemplo, reintegrações de posse.

No caso dos assentamentos públicos irregulares, trata-se de áreas ocupadas irregularmente que foram sendo consolidadas com o passar do tempo. A Secretaria Municipal de Habitação, de acordo com o planejamento em regularização fundiária, realizou estudo do lote, levantamento altimétrico, fechamento do perímetro, execução do parcelamento, cadastro das famílias, reuniões com moradores, plantão de dúvidas, recolhimento de documentos e abertura das matrículas no cartório de registro de imóveis. As obras de urbanização necessárias foram executadas, em sua maioria, pela Prefeitura, e as redes de infraestrutura foram consolidadas através de ligações oficiais realizadas pelas concessionárias de água e esgoto.

Nas áreas particulares irregulares, a responsabilidade pela regularização é do loteador. Porém, em 2009, a Lei Federal nº 11.977, que criou o programa Minha Casa, Minha Vida instituiu que a Prefeitura pode conseguir o registro dessas glebas que tinham problemas, definindo os seus limites, e abrir uma matrícula para ela. O trabalho é feito em conjunto com os Cartórios de Registro de Imóveis e depois que a nova matrícula é aberta, o poder público pode retomar a regularização do parcelamento e fazer uma planta, que vai ser registrada. Na planta estão desenhados os lotes, as quadras, ruas e áreas verdes. Esse é o reconhecimento oficial do loteamento pelo município e pelo Cartório de Registro de Imóveis.

Com isso, as famílias podem, enfim, ter a propriedade do lote devidamente registrada em seu nome, sem precisar mais recorrer à usucapião – adquirir pelo uso – e sem pagar nada por isso. Os moradores dessas 21 áreas particulares, nas quais foi necessário realizar Demarcação Urbanística ou que já tiveram a Regularização Fundiária concluída, receberam, durante o evento, informativos com as principais ações e orientações sobre os próximos passos, necessários para que consigam o registro dos lotes.

De acordo com o secretário municipal da Habitação, cerca de 3.000 famílias estão em fase de demarcação urbanística e outras 5.000 prestes a registrar o contrato de compra e venda. Segundo o monitoramento da ferramenta Habisp.Plus (www.habip.inf.br), 24.477 famílias já foram beneficiadas com títulos de regularização fundiária.