Plano de Resíduos Sólidos prevê ampliar em cinco vezes a coleta seletiva na cidade

Novo plano traça metas de reciclagem para os próximos 20 anos na cidade. São Paulo terá quatro centrais mecanizadas de triagem inéditas na América Latina

A Prefeitura ampliará em mais de cinco vezes a coletiva pública seletiva de secos* até 2016 na cidade – passará dos atuais 1,8% para 10% dos resíduos retirados das ruas, por meio da extensão do serviço para os 96 distritos do município e a construção de quatro centrais mecanizadas de triagem.

As ações foram apresentadas nesta quarta-feira (2) no lançamento do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Cidade de São Paulo (PGIRS). O documento foi elaborado de maneira participativa com entidades e cooperativas e estabelece as diretrizes para as políticas públicas nos próximos 20 anos na área.

Cada uma das centrais receberá das empresas concessionárias investimentos de R$ 35 milhões e processará 250 toneladas diárias de resíduos recicláveis, o que possibilitará ao município triplicar sua capacidade de processamento, chegando a 750 toneladas por dia. As duas primeiras devem entrar em operação ainda no primeiro semestre deste ano - uma está sendo construída na avenida Miguel Yunes, ao lado do Transbordo Santo Amaro. A outra está localizada na avenida do Estado, na Ponte Pequena.

Cooperativas

Esta medida de ampliação da coleta seletiva está acompanhada de um processo de valorização das cooperativas de reciclagem. A Prefeitura abrirá espaço para parceria com novas cooperativas e remunerará os serviços a um valor fixo de referência.

Em dezembro de 2013, foi anunciada uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 40 milhões que será utilizada para melhorar a estrutura das 22 centrais de triagem já existentes. O investimento prevê a reforma, adequações, modernização e equipagem das 11 centrais de triagem existentes instaladas em galpões próprios. Além disso, 11 centrais de triagem instaladas em galpões alugados serão modernizadas e equipadas.

Plano

De maneira geral, o plano estabelece como objetivo de longo prazo reduzir ao máximo os rejeitos, que são os materiais que não recebem destinação de reutilização ou de reciclagem. O documento traz metas para a coleta seletiva domiciliar, para o manejo de resíduos secos e orgânicos, e para os restos da construção civil, além do lixo produzido por escolas, feiras, sacolões e mercados.

Prevê ações de compostagem, de reciclagem solidária e de educação ambiental. São também discutidas ações de logística reversa, que é a comercialização de créditos de reciclagem para empresas privadas, em procedimento similar à venda de créditos de carbono.

Participação

O plano é resultado de um extenso processo participativo, que culminou na 4ª Conferência Municipal do Meio Ambiente, promovida em 2013 (30 e 31 de agosto e 1º de setembro), no Anhembi. A Secretaria de Serviços, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), e a Secretaria de Meio Ambiente, coordenaram a iniciativa.

*Glossário

Lixo seco: Papel, papelão, jornais, revistas, cadernos, folhas soltas, caixas e embalagens em geral, caixa de leite, caixas de papelão (desmontadas), metais (ferrosos e não ferrosos) latas em geral, alumínio, cobre, pequenas sucatas, copos de metal e de vidro, garrafas, potes e frascos de vidro (inteiros ou quebrados), plásticos (todos os tipos), garrafas PET, sacos e embalagens, brinquedos quebrados, utensílios domésticos quebrados.

Lixo úmido: É composto de sobras de alimento, o lixo de banheiro, as podas das árvores e os restos orgânicos em geral.