Prefeitura de SP apresenta projeto de nova passarela de Congonhas

Estrutura desenhada pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas terá conceito de acessibilidade universal, com rampas e elevadores, além de iluminação noturna

 A Prefeitura de São Paulo apresentou nesta sexta-feira (7) o projeto de restauro e modernização da passarela Comandante Rolim Amaro, que cruza a Avenida Washington Luís e dá acesso ao Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul. A passagem, que desde outubro de 2015 está com estrutura provisória, será revitalizada e terá acessibilidade, com elevadores nas duas pontas.

 

Desenho da nova passarela que dará acesso ao Aeroporto de Congonhas

“A Prefeitura não tem recursos, ela tem capacidade de mobilização do setor privado para viabilizar obras, iniciativas e conduzir investimentos privados para ajudar as boas causas da cidade e conseguimos. Será uma passarela adequada à dimensão deste, que é o segundo maior aeroporto em volume de passageiros do Brasil, adequada à dimensão da cidade de São Paulo e ao volume de público de pessoas que utilizam a passarela”, disse o prefeito João Doria.

Idealizada em 1999 por Carlos Alberto Camargo, do Grupo Praias, a restauração irá começar em junho. O projeto foi elaborado em 2014 pelos arquitetos Helena Camargo e Marco Artigas, neto de João Batista Vilanova Artigas, um dos mais importantes arquitetos do modernismo brasileiro e que desenhou o primeiro modelo da passarela. A passarela, inaugurada na década de 1970, estava havia mais de dez anos em processo de autorização para restauro.

Prefeito João Doria apresenta o projeto da nova passarela ao lado do secretário de Serviços e Obras, Marcos Penido e Carlos Alberto Camargo, presidente da Associação Amigos da Passarela de Congonhas (ASPA)

O projeto de modernização inclui a instalação de elevadores em cada um dos dois acessos, restauro da escada helicoidal do canteiro central, instalação de estruturas metálicas, como corrimão, luminárias, guarda-corpo feito em chapa metálica modulada e cobertura em material leve e metálico para preservar o desenho da obra original. “O objetivo é fazer uma obra com técnica inovadora para não impactar no tráfego local. Para isso, toda a estrutura metálica, vigas e outros materiais serão feitos em galpões e montados no local”, explica Marco Artigas.

O valor estimado investido nas obras é de R$ 5,5 milhões, somadas a revitalização da passarela e a construção de uma praça no local onde hoje há um estacionamento, ao lado do futuro acesso da estrutura. A praça terá banheiro público, espaço de alimentação, quiosque de flores e espaço de convivência.

O presidente da Associação Amigos da Passarela de Congonhas (ASPA), Carlos Alberto Camargo, diz que a obra devolverá um marco arquitetônico para a cidade. “Ao longo desses últimos anos tentamos viabilizar o projeto sem sucesso, enquanto a passarela ia se degradando até ser interditada. O prefeito João Doria tomou conhecimento do nosso projeto na segunda semana de sua gestão e rapidamente organizou uma série de reuniões. Várias empresas se uniram e, finalmente, a passarela será restaurada”, disse.

A passarela contará com iluminação em toda estrutura, dois elevadores além da implantação de uma praça no local

A passarela contará com dois elevadores em vidro panorâmico e terá 70,11 metros de comprimento. Haverá um novo trecho de 12 metros que servirá de acesso à torre do elevador que será implantado na praça. A estrutura terá iluminação em todo o conjunto (escadas, passarela e praça), cobertura termoacústica (metal), pintura em tom grafite na área externa e cor mostarda internamente. Serão feitos a recuperação de toda a estrutura de concreto e o reforço nas fundações, pois a carga da passarela será maior.

A realização das obras contará com o apoio da Prefeitura de São Paulo, idealização do Grupo Praias, e patrocínios do Grupo Iguatemi, AccorHotels e Íbis Congonhas, Atlas Schindler, Gol Linhas Aéreas, Avianca e LATAM, além de apoio da R. Yazbek.

História

A passarela Comandante Rolim Amaro foi inaugurada na década de 1970, com projeto do arquiteto João Batista Vilanova Artigas. Em 2002, foi criada a ASPA, que apresentou projeto em 2003 com intuito de restaurar a passagem e trazer o conceito de acessibilidade universal, com a instalação de torres de elevadores em cada uma das chegadas e manutenção da obra por sua importância arquitetônica.

Mais de dez anos de discussões sobre a reforma se passaram e uma vistoria feita na passarela constatou que a travessia se encontrava em "estado de iminência de ruptura brusca". Em 2014, uma passagem provisória foi instalada para a travessia de pedestres e a passarela, interditada em definitivo.

As vigas originais foram removidas em 2015 após identificação de problemas estruturais, mas as escadarias das pontas e a helicoidal no canteiro central, que fazem parte da obra original, serão mantidas o mais próximo possível do desenho de João Batista Vilanova Artigas e, se necessário, suas estruturas reforçadas.

“Mais importante do que ter um equipamento público revitalizado e moderno é torná-lo acessível universalmente, com elevadores para facilitar o deslocamento de pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida, idosos e passageiros com bagagens que transitam pelo local. Além disso, o projeto vai iluminar a passarela, já que passageiros viajam à noite também”, explica a arquiteta Helena Camargo.

Quando inaugurada, não havia à época a Norma Brasileira NBR 9050, que exige obrigatoriedade de acessibilidade universal.

Secretaria Especial de Comunicação
07/04/2017