Ministrado pela jornalista Denise Conselheiro, coordenadora do programa Edukatu, a oficina “Abordando a Questão de Resíduos em Ambiente Escolar” mostrou a diferença na realidade de cada escola paulistana, esclarecendo que não há uma fórmula mágica para mudança. Essa constatação deixa claro que os resíduos gerados em cada um desses locais também vai variar, sendo essencial que os educadores e gestores adéqüem os conceitos sustentáveis à realidade do seu colégio.
O real desafio está em enfrentar o consumismo para que seja reduzida a taxa de resíduos produzidos no país. “As pessoas consomem pelo menos 50% a mais do que o planeta consegue nos repor”, explicou Denise, com base no Relatório Planeta Vivo divulgado pela WWF em 2010, evidenciando o consumismo desenfreado como um dos hábitos modernos mais nocivos ao meio ambiente, sendo talvez o principal deles.
O consumo precisa ser entendido como um desequilíbrio de comportamento que pode perfeitamente ser modificado. Para que isso aconteça, é preciso entender de que maneira podemos consumir menos e de um jeito consciente. Para isso, algumas perguntas devem ser formuladas no momento da compra de seus produtos:
• Você realmente necessita daquele produto?
O que você compra deve atender uma necessidade real e trazer benefícios concretos, que melhorem a sua qualidade de vida. Como exemplo, podemos citar o carro. Nas propagandas, é vendida uma falsa idéia de locomoção e segurança. Quando você anda de carro pela cidade, a locomoção é barrada pelo trânsito e os custos diários com o carro (IPVA, gasolina e manutenção, por exemplo) mostram que o investimento não traz melhoras reais no dia a dia das pessoas e da cidade.
• De quem comprar?
Todo dinheiro utilizado na sua compra será aproveitado por alguém. Por isso, é muito importante pensar de quem você vai comprar. Consumir de um vendedor local acaba por movimentar uma economia sistêmica.
• Como comprar?
A maneira de investimento também deve ser levada em conta. Quando você compra a vista, está pagando por um preço que se adéqua a realidade do produto. Se você parcelar um produto, irá pagar taxas adicionais que poderiam ser evitadas com planejamento e consciência no momento da compra. Veja, então, se aquela aquisição vale o investimento feito.
• Como usar?
Depois de utilizado, aquele material ainda pode ser empregado em outras ações. Parte do processo de mudança passa pela necessidade de que as pessoas se informem e sejam informadas de que maneiras o produto pode ser reutilizado, poupando os recursos naturais.
• Como descartar?
Se aquele material não pode ser reutilizado, talvez ele possa ser reciclado. Para isso, é importante depositar o resíduo em um lugar adequado, separando o que é reciclável (como vidros, plásticos e papéis usados), o que é compostável (restos de comida, filtro e borra de café) e o que é um rejeito (não pode ser reutilizado e deve ser separado). Para saber como descartar em cada região, consulte o site da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB.
Para que esses conceitos sejam acessíveis a todos, é imprescindível que as dinâmicas de educação ambiental colaborem com a construção de uma nova dinâmica de consumo.
A oficina promovida pelo instituto Akatu, que trata de questões de sustentabilidade de maneira descentralizada pela cidade, aconteceu na UMAPAZ no último dia 26 de outubro e explicitou os principais valores transmitidos aos alunos para que, desde cedo, sejam realizadas práticas e atividades a fim de introduzir uma nova política de resíduos. Essa nova política tem como base o consumo consciente, a reutilização das matérias e embalagens e um descarte que respeite o meio ambiente.
Os resíduos sólidos e sua gestão tem sido cada vez mais discutidos e congressos e palestras sobre o meio ambiente.
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A palestra Consumo Sustentável e Ação discutiu outros conceitos e valores essenciais para mudarmos nossa consciência e nossos atos em relação aos resíduos. As duas e mais importantes políticas públicas sobre resíduos fizeram parte da discussão.
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É isso que acontece quando nossos resíduos são depositados de maneira errada: Poluem a natureza - Foto: Eric/ Creative Commons
Um dos antigos lixões da cidade de São Paulo mostram para onde vai o que a sociedade consome e joga fora – Foto: Rogério Montenegro
