Dom Pedro II e a história da astronomia no Brasil

Ciência responsável pelo estudo dos corpos celestes, a astronomia não foi fundada em nenhuma escola ou universidade. Os conhecimentos sobre o céu e os astros eram dominados por algumas civilizações antigas, tanto na Europa quanto onde chamamos de Brasil.
Riquíssima, a história da astronomia em nosso país foi apresentada na palestra “Dom Pedro II e a Astronomia no Brasil”, que se deu na Escola Municipal de Astronomia e Astrofísica, localizada atrás do planetário do Parque Ibirapuera. Com um material completo sobre a história da ciência astronômica desde a época dos Índios, os professores Ailson Júnior e Júlio Santana recapitularam as fases da astronomia no Brasil.

Contando com um número de 46 participantes de várias idades, participaram ativamente com dúvidas e questões relacionadas aos temas. “Um dos melhores grupos que já recebemos em palestras aqui na Escola”, comentou Ailson Júnior.

Com base em pesquisas feitas em sítios arqueológicos, estudiosos da civilização indígena, observaram relações explícitas de nossos ancestrais com a astronomia. Monumentos chamados de Megálitos, formados por grandes blocos rochosos – como o conhecidíssimo Moai, monumento da Ilha de Páscoa, no Chile – eram usados para além dos ritos religiosos, servindo como calendário. Nem todos os monumentos megalíticos tinham ligação com a astronomia, alguns deles sim. A ilha de Páscoa ilustra um monumento megalítico, mas não há confirmações sobre a sua relação com a astronomia.

No Brasil, os índios Aruãs, que residiram o local onde hoje se encontra o Amapá, mais especificamente o Sítio Arqueológico do Rego Grande, utilizavam as sombras dos megálitos - causadas pela luz do Sol - para determinar em que época do ano eles se encontravam e,através desse método, eles marcavam a época de colheita e de plantio. Para saber através das sombras em qual época do ano eles se encontravam, era necessário fazer uma relação com o tamanho da sombra e a sua projeção no solo. Também era possível, a partir da projeção dessas sombras no solo, saber qual a hora do dia e, com isso saber, o momento de caçar, comer e voltar para casa.

Como se vê, a astronomia é um conhecimento humano muito antigo. Quando as civilizações europeias já estavam consolidadas, em 1500, o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral trouxe ao Brasil muitos estudiosos, entre eles biólogos, botânicos e astrônomos. Com a ajuda de Mestre João, que entre outros saberes dominava a astronomia, foi documentado pela primeira vez o Cruzeiro do Sul, constelação que aparentemente aponta (Através do braço maior da cruz), sempre, para o polo celeste sul. Essa descrição do Cruzeiro do Sul feita pelo Mestre João, guiou os portugueses em muitas de suas viagens para o Brasil.

Em 1840 foi um marco pois, Dom Pedro II, com apenas 14 anos, era emancipado e se tornava imperador do Brasil, evento que ficou conhecido como o golpe da maioridade. A partir daí, a Astronomia, uma das paixões do então imperador, cresceu em importância e em estudo. “Se não fosse imperador, gostaria de ser professor”, afirmava Dom Pedro II em pleno exercício de sua função. Após anos de apoio as instituições educacionais – prova disso é a criação do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB), inaugurado no Império – D. P. II custeou todos os instrumentos de astronomia do Imperial Observatório Astronômico, que funciona até hoje no bairro imperial de São Cristóvão no Rio de Janeiro, com o nome de Observatório Nacional.

Como se vê, as contribuições de Pedro II foram enormes. Além de seu interesse pelas diversas ciências naturais e sociais, o imperador também foi responsável por estruturar algumas instituições de ensino que estão de pé até hoje. Não por acaso, foi homenageado no 2º Encontro Nacional de Astronomia, realizado em 2 de dezembro de 1978, em Recife, mesmo dia do aniversário do Imperador. Esse foi o primeiro passo para que, nesse mesmo 2 de dezembro, fosse celebrado o Dia Nacional da Astronomia, sempre lembrando a figura do astrônomo, professor e imperador Pedro de Alcântara, o Dom Pedro II.

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