Áreas contaminadas: Porque elas existem?

Em encontro realizado na UMAPAZ, o Grupo Técnico de Áreas Contaminadas explicou como acontece a contaminação das áreas do município de São Paulo.

 Em um passado não muito distante, oficinas, fábricas e usinas eram atividades industriais que tinham instalações em muitas regiões da capital paulista. Nos anos 60 e 70, viu-se um grande crescimento da produção industrial na região metropolitana e também nas periferias de São Paulo. Com o passar dos anos, muitas fábricas foram desativadas ou realocadas. Mas esses procedimentos deixaram marcas profundas. Tão profundas que, até hoje, estão enterradas no solo da capital paulista. Isso fez com que muitas áreas da cidade apresentassem características de contaminação.

Em São Paulo, são 449 áreas contaminadas, a maioria pela utilização inadequada do solo em épocas passadas. Dessas todas, 423 locais são particulares, ou seja, são de responsabilidade de empresas ou de indústrias. O mais assustador é que apenas 85 destes lugares estão viabilizadas para o uso.

Responsável por avaliar e gerenciar as áreas contaminadas do município, o Grupo Técnico de Áreas Contaminadas – GTAC, que integra o Departamento de Controle da Qualidade Ambiental – DECONT da SVMA, foi convidado para o curso “Gestão de Áreas

Contaminadas em São Paulo”, apresentado na UMAPAZ entre os dias 24 de setembro e 1º de dezembro, apresentou as possíveis atividades causadoras da contaminação dos solos, assim como as melhores maneiras de se gerenciar.

A origem das áreas contaminadas está no desconhecimento, em tempos passados, de que o manejo e alguns procedimentos usados para lidar com substâncias perigosas poderiam contaminar o solo por muitos e muitos anos. No Brasil e no mundo acreditava-se que o solo iria resolver os problemas com os resíduos, sem qualquer tipo de tratamento. Com isso, a maioria de todos estes produtos e equipamentos industriais era aterrada sem qualquer controle. Maquinários, óleos e solventes eram todos enterrados. Os efeitos só foram percebidos muitos anos depois, quando alguns desastres ambientais aconteceram por conta da concentração de gases e elementos químicos perigosos que estavam embaixo da terra, contaminando a água e o solo. Muitos desses locais contaminados receberam construções e estruturas que podem ser prejudicadas pela contaminação do solo. O prejuízo inclui toda a população que habita estes locais.

Um caso muito emblemático é o do Condomínio Barão de Mauá, localizado nas proximidades do município de São Paulo. No local onde foram construídos edifícios foi um antigo depósito de lixo utilizado por uma empresa de autopeças. Foram encontradas mais de 44 substâncias tóxicas encontradas no solo do condomínio, inclusive o gás metano, que equivale a 4 partes de CO2 e causa graves danos à saúde, oferece alto risco de explosão e aquece ainda mais a temperatura do planeta, contribuindo com as mudanças climáticas.

O que fica evidente é que a contaminação do solo, da fauna e flora locais e da água, trazem grandes riscos à saúde dos seres humanos, ao ambiente a comunidade em geral.

Exatamente por conta de muitos destes locais contaminados serem utilizados para construção de moradias, é que surgiu a necessidade de um gerenciamento, como feito pelo Grupo Técnico de Áreas Contaminadas (GTAC). O grupo utiliza como ferramenta dois tipos de avaliação para saber se o local está contaminado: A avaliação preliminar, que indica o que pode estar acontecendo no local e quais são as possíveis substâncias contaminantes. Depois é feita uma analise comprobatória, que tem um acompanhamento presencial da área, apresentando as quantidades de contaminação do solo.

Quer saber quais são as áreas contaminadas na cidade? O GTAC e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –

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CETESB: http://areascontaminadas.cetesb.sp.gov.br/