Paraisópolis é destaque na Bienal Internacional de Arquitetura de Roterdã

Moderno e arrojado, o projeto de urbanização em curso no Complexo Paraisópolis é destaque na seção Squat da 4ª edição da mostra holandesa



O programa de urbanização da favela Paraisópolis tem espaço de destaque na seção Squat da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de Roterdã, na Holanda, a segunda mais importante no segmento. Com o tema Cidade Aberta – Desenhando a Coexistência, a mostra, centrada na pesquisa de projetos urbanísticos que visam mitigar problemas e melhorar a qualidade de vida nas grandes metrópoles, foi aberta no dia 24 de setembro, e contou com mais de 1.200 visitantes - a bienal se estenderá até 10 de janeiro de 2010.

Em 10 de junho, a delegação da Bienal (George Brugmans, diretor, Rainer Hehl e Jörg Stollmann, subcuradores) reuniu-se na Secretaria Municipal de Habitação com representantes da equipe brasileira envolvida no projeto, como a superintendente de Habitação Popular, Elisabete França, e a coordenadora do Programa Paraisópolis, Maria Teresa Diniz dos Santos, quando detalharam a participação da prefeitura na mostra.

Reconhecida pelo viés social, a bienal holandesa acolhe arquitetos, urbanistas e autoridades mundiais que usam seu talento em prol do bem das cidades. O Programa Paraisópolis - onde está em curso um dos mais arrojados e modernos projetos de urbanização de favelas - chamou a atenção da direção da bienal em 2008, quando seu curador, Kees Christiaanse, esteve em São Paulo para a Urban Age (conferência internacional que reuniu os maiores especialistas e instituições que lidam com urbanismo) e visitou a comunidade. Nesse mesmo ano, a Superintendência de Habitação Popular da cidade foi convidada a participar da mostra como espectadora; agora, ocupa um espaço próprio.

Em sua 4ª edição, a mostra de 2009 tem curadoria de Christiaanse, associado com seu grupo ao Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, e está dividida em:
* Community: USA – Interboro (New York);
* Collective: Rússia – Bart Goldhorn, Alexander Sverdlov (Moscou);
* Diáspora: Indonésia – Stephen Cairns, Daliana Suryawinata (Edimburgo);
* Refuge: Middle East – Philipp Misselwitz, Can Altay (Istambul);
* Squat: Brasil, Etópia – Rainer Hehl, Jörg Stollmann (Zurique/Berlim);
* The Makeable City: Roterdã – The Crimsons Architecture Historians (Roterdã).

Tópicos esses que respaldam o interesse por Paraisópolis, onde vivem 60 mil pessoas, uma das comunidades que integram o maior programa de urbanização de favelas da América Latina – que tem R$ 2 bilhões empenhados no atendimento de 110 favelas, beneficiando mais de 140 mil famílias.


IABR - Internationale Architectuur Biënnale Rotterdam