Prefeitura e Governo do Estado entregam 295 apartamentos no Jaguaré

Mais famílias deixaram de morar em área de risco na Cidade de
São Paulo. Ontem, o prefeito de São Paulo e o governador José Serra entregaram 295 apartamentos do Residencial Alexandre Mackenzie - na comunidade Nova Jaguaré, na Zona Oeste. Antes de se mudar para o novo local, parte dessas famílias vivia no Morro do Sabão,local onde ocorriam muitos deslizamentos durante o período de chuvas. “Com essa entrega, mais um sonho se realiza. Antes de virem para cá, todos vocês sofreram muito quando moravam em condições inadequadas. A partir de hoje, vocês podem ter uma vida com mais dignidade ao lado de seus filhos.
Estamos dando mais um passo no sentido de corrigir os erros do passado e de enfrentar os desafios sociais na cidade de São Paulo”, disse o prefeito durante o evento.

O projeto de urbanização da comunidade Nova Jaguaré, uma ocupação irregular formada a partir da década de 1960, em terreno com aproximadamente 168 mil m2, começou em 2006, numa parceria entre a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), e a Companhia de DesenvolvimentoHabitacional e Urbano (CDHU), do Governo do Estado.”Quando Prefeitura e Governo do Estado trabalham juntos, quem leva vantagem é a população”, destacou o governador.

Com investimentos totais de mais de R$ 130 milhões - sendo 60% de recursos da CDHU e 40% da Prefeitura -, as obras na Nova Jaguaré integram o Programa de Urbanização de Favelas, da Secretaria Municipal de Habitação, que já entregou aos moradores dessa comunidade 360 apartamentos (em maio de 2008), revitalizou 60 unidades habitacionais do Programade Verticalização de Favelas (Prover), implantou redes de água e esgotos e, com a construção de um muro de contenção de 20 metros de altura, eliminou o risco de deslizamento do Morro do Sabão.

O projeto de urbanização da Nova Jaguaré prevê ainda a construção de mais 337 unidades habitacionais e a revitalização de outras 200 do Prover, além de instalação de infra-estrutura básica - como redes de água e esgoto, pavimentação de ruas e iluminação pública - e da implantação de áreas verdes e de lazer coletivo. “Isso vai melhorar a qualidade de vida das cerca de 5 mil famílias que vivem na comunidade”, lembrou o secretário municipal de Habitação.

Divididos em dois condomínios, um com 135 unidades e outro com 160, os apartamentos entregues têm entre 48 m2 e 50 m2 de área construída, com dois dormitórios (275 unidades) e três dormitórios (20 unidades), sala, cozinha, banheiros e área de serviço. As moradias têm medidores individuais de água e janelas de alumínio. Nove unidades, no andar térreo, foram adaptadas para receber pessoas com dificuldade de mobilidade, com itens como barras de apoio no banheiroe portas mais largas.


O condomínio possui playground, equipamentos de ginástica e espaços apropriados para jogar xadrez, dama, bola de gude e amarelinha. O paisagismo conta com 35 espécies de árvores, incluídas as frutíferas.

Antes de se mudar para o apartamento,a dona de casa Simone dos Santos Souza, 28 anos, morava em um barraco na antiga favela do Jaguaré, com o marido e quatro filhos. Ela relembra os tempos difíceis. “Quando chovia, era um barreiro só. A gente tinha que sair correndo porque o barraco corria o risco de desabar. Aqui tenho sossego para cuidar da minha família”, afirmou. Outra moradora que teve seu sonho realizado é a dona de casa Sônia de Araújo, 32 anos. Mãe de quatro filhos, ela morava em uma casa de alvenaria na favela. “Lá convivíamos com ratos dentro e fora de casa. Agora a gente mora num condomínio fechado. Nunca imaginei na minha vida que fosse morar num lugar tão bom como este. Estou no céu”