“A interdição é uma medida de segurança. O Estádio do Morumbi tem capacidade para receber 72 mil pessoas, atuamos para evitar problemas bem maiores que a interdição.” Quem explica é Silvio de Sicco, técnico do Departamento de Controle do Uso de Imóveis – Contru, da Secretaria Municipal de Habitação. O Estádio do Morumbi foi interditado em 27 de junho, quando em vistoria a Prefeitura verificou que aquelas obras exigidas pelo órgão ainda não estavam inteiramente realizadas. O problema começou em abril de 2005 quando um incêndio surpreendeu os torcedores que ocupavam o setor amarelo da arquibancada durante um jogo do São Paulo x Corinthians. Foi montado sob essa arquibancada um depósito de madeira que guardava material altamente inflamável. O incêndio foi inevitável. Após o acidente e a interdição parcial da arquibancada, a diretoria do São Paulo Futebol Clube assinou um termo com o Contru em que se comprometia a realizar as obras e serviços necessários para sanar as seguintes falhas apontadas pelo laudo técnico: falta de sistema de proteção de combate a incêndio; falta de sistema de alarme em caso de incêndio ou pânico; falta de iluminação de emergência e rotas de fuga; falta de auto de vistoria do Corpo de Bombeiros. Todas as obras deveriam ter o atestado de conclusão do engenheiro responsável. O prazo para reforma foi de 300 dias não prorrogável, vencido em fevereiro. Pelo descumprimento, a Prefeitura aplicou multa de R$ 213 mil. O clube está recorrendo na Justiça. Cabe ressaltar que o sentido essencial da interdição é chamar a atenção dos dirigentes dos clubes e estabelecimentos públicos afins para que cumpram seus deveres de forma rigorosa no que diz respeito à preservação da integridade física das pessoas. A Prefeitura vem agindo de forma sistemática para que todas as medidas de segurança exigidas para realização de grandes eventos sejam de fato acatadas. O mesmo cuidado com a fiscalização da conservação dos estádios e seus equipamentos de segurança será tomado com os outros estádios, inclusive com o Pacaembu, que é municipal, e que também passa por obras exigidas pelo Contru. Em 1998, o Morumbi realizou obras para reforço de sua estrutura devido à fiscalização do Contru, após ouvir reclamações do público sobre a vibração perigosa que acontecia nas arquibancadas. Nesse processo, outro fator que merece destaque é o respeito à determinação do prefeito demonstrado pelos dirigentes do estádio, tendo também suspendido a venda de ingressos para o jogo São Paulo X Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. Ontem, o departamento jurídico do SPFC apresentou à Prefeitura os documentos exigidos para obtenção do alvará de funcionamento do estádio. À tarde, após nova fiscalização em que o Contru verificou e aprovou as obras de segurança o estádio foi liberado.