Camilo Zanotti: Sehab elimina mais uma favela na Zona Norte da cidade

SEHAB/HABI-NORTE, com o apoio da Subprefeitura de Pirituba, promovem ação de eliminação de mais uma favela na cidade de São Paulo.

Desta vez foi a favela Camilo Zanotti, com 404 famílias, que recebeu essa designação por situar-se na rua de mesmo nome. Também conhecida como Favela Árabe ou Boa Esperança, teve seu início em 2001, ocupando uma área de reserva ambiental em frente ao conjunto City Jaraguá. Essa área, que era destinada para a implantação de um parque linear junto ao Córrego do Fogo, foi recebendo aos poucos mais e mais gentes, até que ali se formou uma grande favela, com mais de 400 barracos.

A situação no local era das mais perigosas, com alto risco de enchente, desabamento e incêndio, além de todos os outros problemas decorrentes de uma ocupação irregular e precária, como falta de saneamento básico e grande adensamento populacional, o que resulta sempre em abrigo para a violência.

As famílias que ocupavam essa área eram advindas do conjunto City Jaraguá. Esse conjunto começou a ser criado em 1995 e de lá pra cá, os diversos governos municipais investiram, uns mais outros menos, na construção das unidades habitacionais.

Estudos realizados por Habi-Norte, departamento da Superientendência de Habitação Popular da Secretaria de Habitação, capitaneado por Cecília Freire Nammur, revela que o City Jaraguá conta hoje com 3.800 famílias, o que dá aproximadamente 19 mil pessoas e mais de 3.500 unidades habitacionais, além de creches, escolas e posto de saúde.

De acordo com Cecília, quando as primeiras famílias lá chegaram, há dez anos, os filhos eram crianças ainda. Dez anos depois, essas crianças cresceram, formaram suas próprias famílias, mudaram-se da casa dos pais e ergueram uma favela em frente.

Remover famílias de uma área ocupada de forma irregular não é tarefa das mais simples. Envolve um planejamento muito elaborado, revela Cecília Freire Nammur. “Para isso, foi decisivo o apoio total da Subprefeitura de Pirituba, na figura de seu coordenador de Ação Social, Fábio Riva, além do trabalho inestimável dos técnicos de Habi-Norte”, diz ela. “Sem eles, essa ação não seria possível, pois removemos 404 famílias em 8 meses, o que é um recorde em termos de tempo e um sucesso em termos sociais”, ressalta a diretora.

O cadastramento das famílias foi realizado em dezembro de 2006 e todas receberam atendimento.

Das 404 famílias cadastradas, 188 receberam atendimento habitacional definitivo, sendo: 120 no Conjunto City Jaraguá; 37 no Conjunto José Bonifácio; 31 no Conjunto Cidade Tiradentes e 216 famílias foram atendidas com apoio financeiro no valor de R$ 5.000,00 cada uma.

“É importante destacar que mais uma favela sai do nosso cadastro. Você já avaliou o que isso significa em uma cidade que tem hoje 1.538 favelas?”, comemora Cecília Freire Nammur.

A área onde antes situava-se a favela será recuperada. A Secretaria do Verde e Meio Ambiente, em conjunto com a Subprefeitura de Pirituba, irá implantar um parque linear que irá se encontrar com o parque linear do Córrego Ribeirão Perus, reintegrando todo este espaço ao conjunto habitacional City Jaraguá, onde também será criada área de lazer e descanso para os moradores.


O City Jaraguá

O Conjunto Habitacional City Jaraguá é uma área enorme de 141.821m². Lá vivem aproximadamente 19 mil pessoas e conta com mais de 3.500 unidades habitacionais. Pensado como um novo bairro, que teria capacidade de receber famílias de baixa renda de vários pontos da cidade, hoje conta com ruas largas e uma boa infra-estrutura, mas não foi sempre assim.

Com o passar dos anos e a falta de fiscalização, comércios irregulares tomaram conta do calçamento, banheiros foram instalados no meio das ruas sem a menor infra-estrutura, barracos tomaram o lugar de áreas de lazer, morros que estavam recuperados foram escavados e ocupados novamente por barracos precários.

A situação era das mais críticas, a violência era grande. Em 2006, a diretoria de Habi-Norte procurou o subprefeito de Pirituba, Artur Sertão e propôs uma ação conjunta de recuperação de toda área. A iniciativa foi prontamente aceita e a desocupação do comércio irregular começou contando com uma tropa de 150 policiais da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar. A ação foi um sucesso. As ocupações irregulares e ilegais foram removidas, devolvendo-se o total usufruto do Conjunto aos seus moradores originais. Os comerciantes que tinham comércio regular e dependiam dele para sua sobrevivência foram cadastrados e receberam boxes para montar seus negócios em uma área construída, contígua ao Conjunto, especialmente com esta finalidade. No início foram 44 boxes, mais 28 estão em construção no momento. Também uma praça, localizada ao lado do Conjunto, foi recuperada pela Emurb.