Conselho Municipal de Habitação recebe prêmio por prática social

O Conselho Municipal de Habitação (CMH), juntamente com o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, recebeu no dia 24 de agosto o Prêmio Cidadania sem Fronteiras – Edição Nacional, organizado pelo Instituto da Cidadania Brasil e voltado a instituições de ensino superior (veja mais abaixo). Concorrendo na categoria Direitos Humanos e Justiça, ficou em quarto lugar, recebendo honra ao mérito, dentre 35 projetos, com a prática “Desenho Urbano na Urbanização de Favelas”. Mas para entender como foi possível conseguir esse reconhecimento, é preciso compreender um processo implementado pelo CMH durante a atual gestão.

No decorrer do biênio (2007/09) foram formados diversos Grupos de Trabalho, todos temáticos, com a finalidade de fomentar uma maior participação dos conselheiros e otimizar as ações do órgão. Dentre eles, foi constituído o grupo “Desenho Urbano”, formado pela representação universitária no colegiado. O objetivo principal? Criar formas de transmitir os conhecimentos de profissionais da arquitetura, urbanismo, paisagismo, geografia, entre outras disciplinas, para alunos da graduação em Arquitetura e Urbanismo, com conteúdo especificamente voltado para projetos direcionados à urbanização de favelas, através de uma atividade extracurricular. Contando, principalmente, com a iniciativa das conselheiras Violêta Kubrusly, ligada a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e Mônica Bueno Leme, professora do Centro Universitário Belas Artes e sua representante no CMH, o projeto foi posto em prática.
Após uma criteriosa elaboração do conteúdo programático, a anuência do Belas Artes em ceder seu espaço, infraestrutura tecnológica e administrativa, além do convite aceito por profissionais gabaritados para ministrar as aulas, o curso começou em setembro de 2008, aos sábados, e terminou em dezembro do mesmo ano, com uma cerimônia de entrega dos certificados para os 30 participantes.

“Nossa meta principal com a iniciativa era preencher uma lacuna existente nos cursos de arquitetura, atualizando seu currículo com disciplina voltada à urbanização de favelas. Mesclamos aulas teóricas e práticas, com visitas a Heliópolis e Paraisópolis, para que todos entendessem qual o verdadeiro conceito de habitação de interesse social. Consideramos o prêmio como um reconhecimento a esta realização de parceria institucional”, fala Violêta.
Durante o curso foram formados cinco grupos e cada qual apresentou um projeto de intervenção ao final. Conceitos como espaço e equipamentos públicos foram introduzidos e possibilitaram estudos amplos, com leituras diferenciadas.

“Foi uma experiência inédita, riquíssima, que contribuiu significativamente na formação dos participantes, futuros arquitetos. Muitos já estão com estágios em empresas com foco em assentamentos precários, colaborando decisivamente para o aprimoramento dos projetos. E não é só isso, muitas universidades sentiram essa necessidade e estão implantando cursos similares”, completa Mônica.

Tanto é verdade que, com a ajuda de Elisabete França, superintendente de Habitação, uma nova versão do curso, mais completa e com um ano de duração está sendo ministrada desde março na Escola da Cidade, em São Paulo.
“Sem sombra de dúvida foi o melhor curso de que já participei. Agregou muito valor aos conhecimentos que tinha, principalmente porque pude ver a realidade desses espaços. Praticar a profissão e sentir-se útil, colaborando com essa importante questão social é fantástico, apaixonante”, finaliza Ricardo Oliva, aluno do 4º ano de arquitetura no Belas Artes e participante do curso de extensão.

O CURSO E OS TEMAS ABORDADOS

Todos os participantes contaram com bolsa integral, e foram escolhidos entre inúmeros candidatos, dada a intensa procura. Para a formação final da classe foram levados em conta os currículos e o desempenho durante o ano letivo.

O conteúdo programático:

- Aula Magna: Urbanização de Assentamentos Precários na Cidade de São Paulo
- Tendências do Mercado Imobiliário para Habitação de Interesse Social na Cidade de São Paulo
- Instrumentos de Gestão do Território
- Infraestrutura Urbana
- Espaços Públicos nas Favelas e Loteamentos
- Projeto Urbano na Favela
- Mundo Geo: Geoinformação, Geotecnologias e Geoprocessamento
- Marco Histórico da cidade de São Paulo
- Questões ambientais
- Oficina de Projeto: Apresentação e Debate
- Concepção e desenvolvimento do HABISP (sistema de monitoramento de informações em favelas, elaborado por Sehab)

O PRÊMIO

Realizado pelo Instituto da Cidadania Brasil (www.institutocidadania.org.br ) em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Prêmio Cidadania Sem Fronteiras já está em sua 3ª edição, primeira ao nível nacional. O objetivo é reconhecer e criar referência quanto às melhores ações ou práticas sociais desenvolvidas pelas instituições de Ensino Superior, com a participação de seus alunos, em atividades de extensão, melhorando a qualidade de vida das comunidades e contribuindo para a geração de emprego e renda. Foram definidas oito categorias, que receberam a inscrição de 221 projetos, com 115 instituições participantes.

Conheça as categorias.

- Comunicação
- Cultura
- Direitos Humanos e Justiça
- Educação
- Meio ambiente
- Saúde
- Tecnologia e Produção
- Trabalho