Nesta segunda-feira, dia 28, a equipe nacional de especialistas contratados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) para a identificação dos restos mortais da vala clandestina de Perus iniciou a análise dos livros de registro de sepultamento do cemitério Dom Bosco, onde foram encontradas mais de mil ossadas ocultadas pela ditadura civil-militar (1964-1985).
Equipe de pesquisa consulta documentos no cemitério Dom Bosco, em Perus
O grupo revisará os livros de 1971 a 1980 em busca de informações que possam ajudar na busca e identificação dos resistentes desaparecidos no período, tais como nomes e codinomes, causas de óbito e registros de pessoas enterradas como indigentes.
Essa é apenas uma das fontes de investigação da chamada pesquisa antemortem, que também se baseia em relatórios do Ministério Público Federal, da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e em documentos e relatos dos familiares e amigos das vítimas.
Pesquisadores consultam livros de registro de sepultamento do cemitério Dom Bosco
O acesso aos documentos foi viabilizado pela parceria entre a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e a superintendência do Serviço Funerário do Município no âmbito da cooperação com a SDH/PR e a Universidade Federal de São Paulo para a retomada dos trabalhos de investigação sobre o caso Perus (saiba mais).
A análise das ossadas é uma das mais significativas reivindicações de familiares de mortos e desaparecidos políticos da ditadura civil-militar e uma das prioridades da Coordenação de Políticas de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC.
Monumento da Comissão de Familiares de Presos Políticos Desaparecidos, no cemitério Dom Bosco, em Perus