Participação da mulher na política é tema de debate no Consulado Britânico em São Paulo

Para a secretária-adjunta da SMDHC a luta feminista no Brasil precisa parar de ser encarada como busca por privilégios

 A secretária-adjunta municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Djamila Ribeiro, esteve nesta quarta-feira (8) no Consulado Britânico em São Paulo para falar sobre a participação das mulheres na política e discutir políticas de inserção das mulheres nos espaços de representação e decisão.

A secretária-adjunta Djamila Ribeiro ao lado de Renata Ramalhosa, vice-cônsul do Consulado Britânico de São Paulo / Foto: Consulado do Reino Unido

Para a secretária-adjunta este debate é urgente, pois apesar dos avanços, a desigualdade de gênero é uma realidade e impõe limites aos direitos básicos e às possibilidades de escolha das mulheres. “Ainda hoje, mulheres brancas ganham até 30% menos do que homens brancos, mulheres negras ganham quase 70% menos”, disse.

Os dados mostram também a necessidade de um feminismo que respeite as intersecções de raça, classe e gênero. “É importante abrirmos espaços para discutirmos o feminismo com os recortes de raça e de classe social”, disse a secretária-adjunta.

Além de representantes do Consulado Britânico em São Paulo como a vice-cônsul Renata Ramalhosa, o encontro reuniu o vice-embaixador, Wasim Mir, e os consulados do Rio de Janeiro e Recife, além da Embaixada Britânica em Brasília, que participaram por meio de videoconferência.

A diplomacia britânica também tem como preocupação a efetivação de políticas de inserção de gênero. O Reino Unido estabeleceu como recomendação que, até 2018, 39% das embaixadoras sejam mulheres.

Os casos de violência contra a mulher noticiados nas últimas semanas revelam a violação sistemática e uma banalização da violência contra as mulheres. Neste contexto, a luta feminista no Brasil se reafirma como uma busca fundamental por direitos. “A luta feminista no Brasil é uma busca por direitos, precisamos pensar políticas de gênero de forma mais ampla e investir em educação para mudar essa questão cultural na base”, afirmou Djamila.