Prefeitura de São Paulo participa da Semana da Memória na Argentina

Após 40 anos do golpe militar, o país relembra a violência promovida pelo Estado e avança nas investigações sobre a ditadura

Com 2354 pessoas indiciadas por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura argentina e 669 condenados, a Semana da Memória na Argentina deste ano serviu para marcar avanços especiais em direção aos direitos humanos. Incluída no calendário oficial argentino, a semana relembra os 40 anos de Golpe Cívico-Militar (1976 – 1983) que resultou em 30 mil mortos e desaparecidos políticos, além de diversas prisões ilegais e torturas.

À convite da Prefeitura de Córdoba e da instituição Memoria Abierta, de Buenos Aires, a Prefeitura de São Paulo participou do evento, representada pela coordenadora-adjunta de Direito à Memória e à Verdade, Clara Castellano, e pela assessora para Assuntos Internacionais da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Kelly Agopyan.

A cooperação entre as prefeituras de São Paulo e Córdoba foi consolidada em 2014 por meio de um termo assinado entre Fernando Haddad e o prefeito Ramón Kavier Mestre, para estreitar os laços de cooperação em direitos humanos, compartilhar as iniciativas e políticas de direito à memória.

Durante a Semana da Memória em Córdoba, o Concejo Deliberante, que equivalente à Câmera dos Deputados da cidade, aprovou por unanimidade a transformação do Memorial dos Desaparecidos do Cemitério São Vicente em Sítio de Memória. “Não há futuro sem memória”, disse o prefeito Ramón Javier Mestre durante o ato de sinalização do sítio, no cemitério onde foram encontradas ossadas depositadas clandestinamente durante o período ditatorial.

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Ainda em Córdoba, as representantes da Prefeitura de São Paulo participaram de paineis sobre Direitos Humanos e Memória e Violência Institucional, onde apresentaram as políticas de direito à memória e à verdade desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, deste 2013, e dados da pesquisa “Juventude e Violência no Município de São Paulo”, realizada em parceria com a UFScar e apresentada em dezembro de 2015 pelo município de São Paulo, que demonstra as marcas violência de Estado vivida na ditadura brasileira ainda presente nos dias atuais, reproduzida pelas da polícias militares.