Teatro, dança e circo se fundem para contar a relação entre o homem e o meio em que vive, em vários momentos da evolução. Seguindo essa concepção, o espetáculo O animal na sala, da Cia. Linhas Aéreas, entra em cartaz dia 4, no Teatro Paulo Eiró, com ingresso gratuito.
Intérprete e criadora do trabalho, Ziza Brisola conta que a representação da evolução humana parte de uma linguagem híbrida criada por meio de imagens visuais e corporais.
Em um primeiro momento, os bailarinos retratam os ancestrais símios, o homem primitivo, a caça, a agricultura, a pesca e a simbologia dos rituais. Em seguida, acontece o desenvolvimento da razão, marcado por alusões à escultura emblemática O pensador, de Auguste Rodin.
A segunda parte do espetáculo apresenta o começo da civilização, a faceta urbana do homem em meio a máquinas, trânsito caótico, guerras, violência, medo e encarceramento.
“O trabalho busca um olhar aberto e artístico. A fusão de linguagens transmite ao espectador nuances do confronto entre o primitivo e o civilizado, as quais estão presentes na própria essência humana”, diz Ziza. A coreógrafa explica que o embate não representa uma cisão entre os dois elementos. “Nossa idéia não é mostrar que o olhar antepassado é melhor que o atual, ou vice-versa. Claro que há uma crítica ao que se diz civilizado hoje, mas a intenção é propor uma reflexão.”
O centro da cena é uma grande árvore construída com ferro e objetos reutilizados. Criador do cenário, Renato Borelli diz que o elemento representa o ciclo da vida. “A árvore é uma presença natural que envolve e protege o homem. Ao mesmo tempo, construímos a imagem desse símbolo ancestral com uma base de ferro, que simboliza a civilização e a indústria”. O mesmo cenário adquire diferentes formas, como a de um barco, de uma fábrica e de uma sala de jantar.
Serviço: Teatro Paulo Eiró. Zona Sul. De 4 a 20. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. Grátis.
Animal na Sala
Animal na Sala